Religião. Há necessidade?

Durante toda a história da humanidade nos defrontamos com avatares, com seres mais evoluídos moralmente, que se dignam encarnar entre nós para oferecer à humanidade a luz dos seus conhecimentos, contribuindo assim para a evolução do planeta.

 

Interessante que essas pessoas não se preocuparam em fundar associações. ONG´s, sindicatos, sociedades… ficando a cargo de seus seguidores tais preocupações. Assim aconteceu com Jesus, Sócrates, Buda, Krishna, entre outros. Alguns deles nunca escreveram uma linha sequer.

 

Pensando sobre isso devemos refletir sobre a real necessidade da religião no nosso planeta. Todos os estudos sobre o assunto nos mostram que na história da humanidade, a religião sempre foi usada para enganar, trapacear e manter no poder temporal e transitório da Terra, pessoas completamente desligadas da moral de qualquer dessas religiões que seus governantes diziam seguir.

 

Evidentemente e não por outro motivo, envia Deus constantemente, alguns desses avatares para o seio dessas religiões, como no caso de Francisco de Assis, Madre Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Dalai Lama, entre outros.

 

Nascemos e desde cedo seguimos o padrão religioso familiar, aceitando dogmas e paradigmas, sem nos preocuparmos realmente em raciocinar à luz da razão sobre as coisas que acreditamos, e muitas vezes travando batalhas mentais quando não corporais com outras pessoas que não professam a nossa “verdade”, ou que estão conosco no mesmo barco religioso, mas discordam de alguns pontos de vista, tentando entender mais que a gente, o que constitui um dos sete pecados capitais, de forma que devemos anular e rejeitar tudo que vem dessas pessoas. Realmente, não sabemos como vivenciar nossa religiosidade!

 

A verdade é que por mais difícil que seja aceitar e quebrar esse paradigma, a vida seria muito melhor sem religião. Não digo religiosidade, essa ligação com Deus que nos sustenta, mas religião, esse conjunto de leis e dogmas que nos encarcera e nos mantém inimigos de irmãos que discordam da nossa opinião. Mesmo dentro do espiritismo, doutrina que professa o livre raciocínio e o uso da lógica, vemos a intolerância, a soberba e o uso do conhecimento para o achincalhe de ideias alheias, como se todos devessem andar no mesmo barco, como se DEUS exigisse carteira de filiação a sua doutrina para espalhar seu amor.

 

Acreditam alguns que sem religião estaríamos num mar a deriva, sujeitos a todo tipo de tempestade, sem proteção, como se o verdadeiro templo não devesse ser erigido em nossos corações, essa sim a única fortaleza segura que podemos ter. Seguir uma doutrina religiosa, participar de uma agremiação onde externamos a nossa fé, a nossa religiosidade, tudo isso é importante, desde que saibamos entender que todas as religiões são transitórias e que o importante e mais urgente é a nossa reforma íntima, a nossa comunhão com esse DEUS pai e mãe, que nos ama sem necessidade de rótulos e títulos. Sejamos de DEUS! O resto é letra morta.

Paz e Luz!

Sérgio Vencio

Fonte: Medicina e Espiritualidade

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O Álcool e o jargão: “SOB A ÓTICA ESPÍRITA”

Luiz Paiva

17 termos do espiritismo e seus significados - NSC Total

Algo que está se tornando muito comum nos dias de hoje, nos mais variados artigos publicados em diversos meios de comunicação, é o jargão: “sob a ótica espírita”, e daí surgem muitos pensamentos que geram mais dúvidas do que certezas nas mais diversas áreas do Espiritismo e sobre as drogas não é diferente.

 

O Espiritismo não proíbe nada ao homem, mas, melhor esclarecido pelas leis naturais e prestando atenção às orientações do nosso Mestre, Nosso Senhor Jesus Cristo, vamos perceber que o Espiritismo é um guia seguro para esclarecer as coisas que entesouram e enobrecem o coração humano, assim como aquelas que o empobrecem…

 

O verdadeiro segredo em nosso entendimento certamente estará no equilíbrio e no bom senso com relação ao uso que se faz das coisas. O alimento é essencial para o nosso corpo, mas em excesso faz mal, pois ao invés de manter a saúde, causa as mais variadas doenças.

 

A questão dos males provocados pela bebida alcoólica e quaisquer outras drogas, em nossa opinião, além das questões físicas e sociais, está na violação do cérebro humano que necessita estar sóbrio e livre de quaisquer influências artificiais, porque é para o homem um intermediário entre o corpo físico e a mente e, por isso, quando embaralhado por substâncias tóxicas, quaisquer que sejam elas e em qualquer quantidade e grau de toxidade, deixa de cumprir seus objetivos mais nobres sendo rebaixado às áreas mais inferiores das vibrações mentais, identificando-se com espíritos de baixo nível de teor vibratório por sua natureza ainda inferior e que se encontram em estado laborativo no seu progresso próprio, assim como nós em nossas correspondentes gradações morais.

 

Como esclarece a questão 459 do Livro dos Espíritos, a influência dos Espíritos em nossos pensamentos nas nossas experiências diárias é muito maior do que possamos imaginar, inclusive, com muita frequência são eles que nos dirigem e, sabendo disso, podemos perguntar: que tipo de espíritos estarão a nos rondar? E a resposta é fácil: são aqueles que se identificam com os nossos interesses. Trata-se aqui, pois, de uma questão de pura afinidade que podemos facilmente entender através das leis da química e da física.

 

Além desse respeito que nos vemos na obrigação de ter com esse órgão tão importante do corpo físico, o cérebro, em razão de seu contato direto com a mente e com as decisões do Espírito que o habita temporariamente, vemos no exemplo que passamos aos mais jovens, especialmente às crianças quando utilizamos quaisquer tipos de drogas e palavreados de baixo calão moral, os maiores prejuízos à nossa sociedade atual, porque, pasmem! Estes maus exemplos são comuns e rotineiros e o que nos espanta mais são o grande número de “espíritas” que os defendem com absoluta naturalidade. Em alguns casos, em eventos que se promovem com a alegação “pecaminosa” de que os fins justificam os meios.

 

Não deixamos de nos lembrar da nossa infância e das influências negativas que colaboraram para que nos tornássemos escravos dos vícios por várias décadas, finalizando esses vícios a partir de um estudo sério da Doutrina Espírita, a qual, pregamos principalmente para nós mesmos, não deixando nunca de divulgar, uma vez que nada de mal pode trazer a qualquer cidadão, somente o bem, pois trata-se de um aprofundamento das lições divinas da Boa Nova que nos foi trazida pelo Cristo.

 

O Espírita mais convicto que busca de fato vencer suas próprias más inclinações, o que identifica o verdadeiro Espírita, segundo Kardec, provavelmente tenha na humildade a sua qualidade mais importante, porque sabe que sem ela nada poderá fazer para vencer a si mesmo, o que convenhamos, não é nada fácil para ninguém que vive num plano de provas e expiações como o nosso que está ainda bem distante dos planos regeneratórios, contrariando muitas opiniões de ilustres e inteligentes cidadãos espíritas, que interpretam os postulados espíritas segundo suas próprias visões e convicções muitas vezes ilusórias e equivocadas. Pior ainda, quando fazem referência aos espíritos encarnados mais nobres que há entre nós, como aqueles que já partiram a algum tempo, dizendo coisas como se estivessem falando em seus nomes, estabelecendo datas e fazendo previsões na maioria das vezes completamente descabidas, pois que só fazem alarido e causam preocupações desnecessárias aos mais incautos e desavisados que não estudam o Espiritismo e se o fazem, estão ainda mais na fase inicial do encantamento e da curiosidade.

 

Há, também, o encantamento com os divulgadores e palestrantes que falam de coisas com as quais concordamos plenamente e acabamos assumindo posturas que nem mesmo são nossas, perdendo a oportunidade mais importante que é o desenvolvimento de nossas próprias ideias a partir de nossa consciência que é exatamente o que os Espíritos de Luz nos aconselham sabiamente a fazer.

 

Ainda sobre o álcool, se com a mente sóbria já servimos muitas vezes mal e porcamente ao Mestre, imagina com ela embaralhada pelo álcool e ainda exposta aos irmãos desencarnados inferiores que se aproveitam desses nossos descuidos…

 

Nosso organismo foi projetado para viver bem conforme a alimentação que consome dentro dos limites do necessário e nem um “pouquinho” além disso, assim como nem menos do que o necessário. Mas, uma coisa é certa, nosso organismo não foi projetado para processar o álcool, assim como o excesso de quaisquer outros alimentos, como chocolate, por exemplo, mas quem de nós não vive travando uma luta interior em razão dessas questões de como alimentar bem o corpo e também a mente … E essa última acho que sabemos todos o quanto é difícil…

 

Foi o homem que inventou a gastronomia para saborear os prazeres e delícias que nem sempre representam alimentos ideais… animais são sacrificados para saciar os prazeres humanos, mas não significa que a carne ainda não seja uma fonte importante de proteínas, as quais, nestes tempos em que vivemos não podemos ainda abrir mão de fazer uso por causa de alguns fanáticos que analisam as coisas de forma radical, muito embora todos tenham direito de terem suas próprias opiniões e o livre arbítrio para agirem da sua própria maneira, pois todos somos responsáveis pelas consequências das nossas decisões, tanto as que nos atingem diretamente como pelos demais que são por elas influenciados.

 

Sobre o álcool, especialmente, a questão mais importante para nós está no exemplo que pode incentivar as crianças, e isso, simplesmente porque nos lembramos muito bem do nosso tempo de criança e as influências dos adultos que foram fundamentais para as nossas piores escolhas desta existência ligadas ao álcool, fumo e drogas injetáveis.

 

Não estamos aventando esta possibilidade, mas sim, da forma mais simples possível AFIRMANDO isso, pois aconteceu conosco e não conhecemos nenhum ser humano na terra que possa nos provar o contrário… mesmo que gostássemos muito de encontrar alguém com autoridade moral pra isso, o que nos seria de grande valia e consolo, embora não apagasse nossos erros, até agora não foi possível…mas, quem sabe… por enquanto cremos cegamente, conquanto nem tão cegos assim, em Nosso Senhor Jesus Cristo e com Ele nos esforçamos para ser um, para podermos ser um com o nosso próximo também.

 

Pensemos com o Mestre para podermos ser úteis aos nossos irmãos de jornada, com os quais temos grandes responsabilidades a cumprir.

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Suicídio: algumas informações importantes

Fernando Rossit

imagem 2

Você sabe o que significa “morte por lesões autoprovocadas voluntariamente”?

 

– Isso mesmo: suicídio. Este é o nome “técnico” adotado pelos estudiosos do assunto.

 

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a troca de informações sobre o suicídio pode evitar muitos casos: é possível prevenir 90% das mortes se houver condições para oferta da ajuda.

 

Atualmente o suicídio é responsável por 26 mortes por dia no Brasil. É uma das primeiras causas de morte em homens jovens nos países desenvolvidos e emergentes. Isso mesmo! Você pensou que fosse o uso de drogas, doenças em geral, acidentes com motos, carros etc., não é?

 

Conquanto a taxa de suicídio no Brasil tenha se mantido estável, em torno de 5% a cada 100 mil pessoas, por ano, muito pouco se fala sobre o assunto que já se transformou em caso de saúde pública.

 

No Brasil as taxas maiores se encontram concentradas nos Estados mais ricos.

 

Vejamos a situação no Brasil e no mundo, conforme figura, abaixo:

 

taxas 

A taxa de suicídio entre os jovens cresceu em torno de 30% por uma conjugação dos seguintes fatores:

 

1) A sociedade está cada vez menos solidária e o jovem não tem mais apoio. Além disso, está desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram.

2) Há ainda uma pressão social para ser feliz, principalmente nas redes sociais. Todo mundo tem que se sentir ótimo. A obrigação de ser feliz gera tensão no jovem.

3) Mais de 95% das pessoas que se suicidam têm diagnóstico de doença psiquiátrica.

4) Junte-se tudo isso ao maior consumo de álcool e drogas e a bomba está armada.

(Psiquiatra José Manoel Bertolote, autor de “O Suicídio e sua Prevenção”)

 

Vale lembrar que a maior taxa de suicídio por faixa etária ainda é a dos homens acima dos 65 anos de idade.

 

PREVENÇÃO (ainda, de acordo com o livro citado)

 

-A troca de informações sobre o suicídio pode evitar muitos casos: de acordo com a OMS, é possível prevenir 90% das mortes se houver condições para oferta da ajuda.

 

-Quem pensa em suicídio está passando por um sofrimento psicológico e não vê como sair disso. Mas não significa que queira morrer.

 

-O sentimento é ambivalente: a pessoa quer se livrar da dor, mas quer viver. Por dentro, vira uma panela de pressão. Se ela puder falar e ser ouvida, além de diminuir a pressão interna, passa a se entender melhor.

 

Todos conhecemos aquela estória de que quem quer se matar, se mata mesmo e não fica ameaçando, não é? Pois bem, os pesquisadores descobriram que essa ideia é totalmente falsa. Em pesquisa realizada com familiares de suicidas, eles constataram que quase a totalidade deles, ao menos uma vez, disseram que iriam se matar. Portanto, muita atenção quando você ficar sabendo que um parente, amigo ou conhecido, disse que iria se matar. Leve a sério e faça a sua parte para ajudar.

 

A Doutrina Espírita, por meio de inúmeros livros autorais e psicografados, tem oferecido esclarecimentos preciosos a respeito deste tema.

 

No extraordinário “Memórias de um Suicida”, uma das melhores obras psicografadas existentes, encontramos a seguinte passagem:

 

“Quem se atira no suicídio espera livrar-se de sofrimentos considerados insuportáveis…”

“Também eu pensei assim.”

“Enganei-me, porém, e sofrimentos milhões de vezes maiores me esperavam dentro do túmulo onde me escondi, pensando escapar às dores do corpo físico.”

(Espírito Camilo Castelo Branco, psicografia de Ivonne Pereira)

 

Em  “O Livro dos Espíritos”, nas questões de nºs 944 e 957, encontramos os seguintes esclarecimentos:

 

q. 944 – Tem o homem o direito de dispor da sua vida?

R: Não; só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário importa numa transgressão da Lei de Deus.

 q. 957 – Quais, em geral, as consequências do suicídio?

 R: Muito diversas (…..). Há, porém, uma consequência a que o suicida não pode escapar; é o desapontamento.

 

COMO REENCARNA UM SUICIDA?

-É possível que renasçam com defeito ou deficiência no órgão afetado por ocasião do suicídio.

-Mas o resgate não é igual para todos.

Por exemplo: Jerônimo, personagem do livro “Memórias de um Suicida”, que se matou com um tiro no ouvido porque sua empresa faliu, deixando esposa e filhos em situação difícil, reencarnou em família rica, com o propósito de não formar família, montar uma instituição para crianças órfãs, e ir à ruína financeira novamente, para ter que lutar com coragem. Seria um teste para ele; Camilo, personagem principal do livro referido, tornou-se grande trabalhador no Vale dos Suicidas e, após 50 anos, reencarnou para cegar aos 40 anos e desencarnar aos 60 anos. Como vemos, ambos deram um tiro no ouvido, mas o resgate foi diferente.

 

Fontes:

-O Livro dos Espíritos;

-Folha de São Paulo (vários artigos);

-Memórias de um Suicida;

-Psiquiatra, Dr. José Manoel Bertolote, autor de “O Suicídio e sua Prevenção”

 

Fernando Rossit

São José do Rio Preto, 13/04/2015

Fonte: Associação Espírita Allan Kardec (kardecriopreto.com.br)

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Não julgar não é passar pano

(tempo de leitura, 7 minutos)

Marcelo Teixeira

 

Sílvio Santos reside e continuará residindo na lembrança afetiva de milhões de homens e mulheres. Tem ele no currículo pontos a seu favor. Afinal, ninguém é bom ou ruim o tempo inteiro. Pessoas boas também fazem coisas ruins e gente considerada ruim também faz coisas boas.

 

A morte do apresentador de TV e empresário Sílvio Santos mobilizou o país e mereceu holofotes generosos de todos os veículos de comunicação, que se esmeraram em programas e coberturas totalmente dedicadas a ele e repletas de depoimentos de amigos e artistas.

 

Ao mesmo tempo, choveram fatos desabonadores. Vários jornalistas, historiadores e artistas fizeram questão de destacar o quanto o “Homem do Baú” se beneficiou da ditadura militar e da ingenuidade do povo brasileiro para enriquecer a olhos vistos. E como era de se esperar, inúmeras pessoas, incluindo alguns espíritas, foram para as redes sociais dizer que não devemos julgar, que Jesus recomendou prestarmos atenção na trave que tampa nosso olho e atrapalha a visão em vez do cisco que está no olho alheio, etc. Não se trata, porém, de julgar, mas de evitarmos “passar pano”, como se diz por aí, sob o risco de endeusarmos e blindarmos pessoas só porque elas detêm forte penetração popular, riqueza e prestígio.

 

Dono de notável carisma, tino comercial e facilidade de dialogar com as classes mais populares, Sílvio Santos marcou a história da televisão brasileira – meio de comunicação que, conforme observou muito bem o jornalista Pedro Bial em reportagem exibida no Jornal Nacional (JN) de 17 de agosto de 2024 (data do falecimento de Sílvio), ele sabia dominar como ninguém. Disse Bial que Sílvio foi um dos primeiros a entender como a televisão funcionava não só como entretenimento, mas também como negócio. Estava certo. E desse negócio, ele soube tirar grande proveito. Não à toa, o cantor e compositor Gilberto Gil, nesse mesmo JN, o definiu de forma exemplar: “Chacrinha era o velho palhaço; Sílvio Santos, o velho mascate”. Na mosca!

 

Vindo de uma abonada família de negociantes judeus que desfrutava de situação confortável em Portugal e Espanha, migrou para a Grécia e, depois, veio para o Brasil. Aqui Sílvio começou trabalhando como camelô no Centro do Rio de Janeiro, não porque fosse um pé-rapado em busca de um ganha-pão, mas para complementar a renda. Como tinha uma voz potente, foi aconselhado a tentar a sorte no rádio. Daí, ele juntou o tino comercial com a pujança do nascente negócio da comunicação audiovisual. Deu certo!

 

A atuação televisiva

 

Cresci assistindo ao Programa Sílvio Santos. O apresentador começou na TV Paulista na década de 60 do século passado, a mesma em que nasci. Por ser uma emissora local, somente São Paulo o assistia. Só que a TV Paulista, no início dos anos 70, foi comprada pela TV Globo e, por isso, a atração dominical passou a ser vista em todo o território nacional, se tornando uma forte referência em matéria de entretenimento televisivo para as massas.

 

Convém ressaltar que, nessa época, não havia TV por assinatura, internet e afins. Além disso, as emissoras de sinal aberto, além de serem poucas, não primavam por uma programação de qualidade, principalmente aos domingos. E como o Programa Sílvio Santos ia ao ar das 10h às 20h com um leque variado de atrações, acabou se tornando o ponto de encontro da família brasileira. Era comum todos se reunirem em volta da televisão para assisti-lo. Isso sem falar que ele tinha o elenco da TV Globo à disposição. No final dos anos 70, ele foi para a TV Tupi, mas manteve a audiência e fez a Globo rebolar para preencher, com programação de qualidade, os horários que ficaram vazios.

 

Eu tinha predileção especial pelos quadros de perguntas e respostas sobre conhecimentos gerais, os chamados “quiz shows”. E sempre houve vários ao longo do tempo: “Só compra quem tem” (tive um jogo de tabuleiro desse quadro), “Arrisca tudo”, “Tentação”, “Qual é a música?” … Isso sem falar no “Show do Milhão”, que fez sucesso nas noites semanais do início deste século e do qual sonhava participar. Tanto que vivia remetendo cupons de inscrição na esperança de ser sorteado (sempre fui bom em conhecimentos gerais). Além disso, ganhei uma graninha enviando perguntas por meio do site.

 

Relato isso tudo porque Sílvio Santos também fez parte da minha formação. Não estou à parte da sociedade brasileira que tinha na TV a melhor forma de entretenimento em época de poucas opções. O olhar crítico, no entanto, não me deixa esquecer o intragável “Show de calouros”, o bobinho “Namoro na TV” e o lamentável “Topa tudo por dinheiro”, o qual, apesar de uma ou outra gracinha passável, colocava as pessoas em situações vexatórias por meio de pegadinhas constrangedoras e até escatológicas.

 

A exploração da falta de cultura e da simplicidade das pessoas

 

Sílvio Santos pode ter sido um grande comunicador, homem de TV e empresário visionário. Mas fez fortuna tripudiando em cima da falta de cultura e da simplicidade dos que compravam os produtos financeiros por ele oferecidos (carnê do baú, títulos de capitalização, tele sena etc.). Tudo não passava, no fim das contas, de um grande cassino. A pessoa comprava o carnê do baú na esperança de ser sorteada para tentar a sorte no programa. Se fosse, nada garantia se sairia com um bom prêmio, já que teria de disputá-lo com os demais sorteados. Se não fosse, ao término do pagamento do carnê, poderia levá-lo às lojas do Baú da Felicidade e trocar o valor pago durante um ano por mercadorias geralmente caras e de baixa qualidade. Um engodo, portanto. Isso sem falar nas tiradas misóginas, homofóbicas, machistas e racistas, que poderiam até ser desculpáveis no século passado, mas que passaram a soar bem incômodas neste século e que ele continuou a proferir, talvez por se julgar acima do bem e do mal. Preciso citar também, o alto faturamento publicitário que ele obtinha, já que anunciar nos intervalos comerciais das principais atrações televisivas é caro. Em suma: os valores dos prêmios que ele dava no palco eram uma ninharia perto do que ele arrecadava com publicidade e com a venda de carnês.

 

Silvio e a ditadura

 

A face mais lamentável na vida de Sílvio, todavia, diz respeito ao apoio incondicional que ele deu ao regime militar, que governou o país de 1964 a 1985. Um período de infelicidade, atraso cultural e tensão política que perseguiu e exilou artistas e intelectuais, além de torturar e matar quem a ele se opusesse. Convém salientar: a atriz Bete Mendes foi torturada; o dramaturgo Dias Gomes foi preso, o jornalista Vladimir Herzog e o educador Anísio Teixeira foram assassinados; o marido da atriz Beatriz Segall ficou semanas desaparecido; várias canções, peças teatrais e programas de TV foram censurados, entre outras arbitrariedades. Ao mesmo tempo, o Homem do Baú levava ao ar os abjetos “A semana do presidente”, em que mostrava o que o general da vez governante da nação havia feito (inaugurações, visitas oficiais, participações em eventos…) e “Como vai, Sr. ministro?”, onde a vida e a agenda dos ministros de Estado eram mostradas. Tudo isso em troca de favores e vantagens.

 

Em 1981, quando ele obteve do presidente (e general) João Batista Figueiredo a concessão para ter um canal de TV, surgiu o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que seguiu a cartilha popularesca do proprietário e priorizou programas de gosto duvidoso, como “Fantasia”, “Programa do Ratinho”, “Viva a Noite”, “Coquetel”, “Aqui e Agora”, além das novelas mexicanas. A bajulação aos presidentes (agora civis) que foram assumindo o cargo e a exploração dos menos favorecidos continuaram. Como cereja do bolo, em pleno governo Bolsonaro, Sílvio Santos ressuscitou o nefasto slogan “Brasil: ame-o ou deixe-o”, que marcou o auge da ditadura militar, e também o quadro “A semana do presidente”, exibindo ambos nos intervalos comerciais. A repercussão foi tão ruim que os dois tiveram de ser tirados do ar, felizmente.

 

Lições espíritas oportunas

 

Trago tudo isso à tona num artigo espírita porque é necessário deixar claro que fazer esse histórico, ainda que breve, não é julgar, como muitos espíritas disseram e, decerto, ainda dirão. Julgar é quando, por despeito, preconceito, má educação ou falta do que fazer, apontamos dedos inquisidores para as pessoas, a fim de dissimularmos as nossas próprias falhas, muitas vezes idênticas às que observamos no próximo.

 

Kardec toca na questão da correta intepretação do ato de julgar no item 13 do capítulo X, de “O Evangelho segundo o espiritismo”. Observa ele que o reproche lançado à conduta alheia pode obedecer a dois propósitos: reprimir o mal ou desacreditar a pessoa que está sendo criticada. Este segundo, embora condenável, não é o objeto de nosso estudo. O inicial vai ao encontro do que queremos evidenciar. Em relação a ele, Kardec prossegue:

 

“O primeiro pode ser louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, pois dele pode resultar um bem, e porque sem ele o mal jamais será reprimido na sociedade”.

 

E complementa ressaltando, logo a seguir, que seria fora de propósito Jesus proibir que condenássemos o mal, já que ele o fez diversas vezes. Observa, porém que

 

“a autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia”.

 

Trocando em miúdos, se Sílvio Santos está tendo o lado escuso do passado colocado em evidência é porque o passado mal contado e mal resolvido dos tempos da ditadura militar e dos que dela se beneficiaram, precisa vir a público. E quem põe o dedo nessa ferida não fechada, mas constantemente ignorada, são justamente as pessoas interessadas em passar o Brasil a limpo – jornalistas, historiadores, militantes dos direitos humanos etc. –, a fim de que algo semelhante não volte a ocorrer.

 

Essa assertiva ganha corpo mais adiante, no item 21 do mesmo capítulo quando, respondendo à pergunta acerca da conveniência de se desvendar o mal de outrem, o Espírito São Luís deixa claro:

 

“Se as imperfeições de uma pessoa só prejudicam a ela mesma, não há jamais utilidade em divulgá-las. Mas se elas podem  prejudicar a outros, é necessário preferir o interesse do maior número ao de um só. Conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, pois é melhor que um homem caia, do que muitos serem enganados e se tornarem suas vítimas. E em semelhante caso, é necessário balancear as vantagens e os inconvenientes”.

 

Tudo a ver com a importância de passarmos o pente fino na trajetória desse que é considerado o maior animador de auditório da história da televisão brasileira.

 

Sílvio Santos reside e continuará residindo na lembrança afetiva de milhões de homens e mulheres. Não podemos, entretanto, perder de vista que somos um país sem memória, que sabe muito pouco sobre a própria história, que nosso sistema educacional há décadas deficiente produz uma população de baixo repertório crítico e intelectual, que a injustiça social que há tanto tempo grassa pelo país produz um imenso contingente de pessoas sem acesso a lazer e informação de qualidade e de que ele se aproveitou disso tudo para enriquecer. E o fez bajulando os meganhas da ditadura, explorando a boa fé alheia e construindo um império de comunicação que usou e abusou do popularesco e nivelou por baixo tudo a seu redor. Com o talento para se comunicar e cativar pessoas que ele possuía, poderia ter levado cultura, entretenimento saudável e jornalismo de qualidade aos lares brasileiros. Mas infelizmente, ele preferiu a porta larga que conduz à perdição. Pena!

 

Decerto, ele tem no currículo pontos a seu favor. Afinal, ninguém é bom ou ruim o tempo inteiro. Pessoas boas também fazem coisas ruins e gente considerada ruim também faz coisas boas. O baú que ele terá de abrir do lado de lá tem ambos os conteúdos. Entristece, no entanto, pensar que, do lado desabonador, ele pensou no país mais como um grande negócio para si próprio do que num campo fértil para semear progresso social por meio da comunicação televisiva e ajudar na formação de cidadãos lúcidos, combativos e esclarecidos.

Marcelo Teixeira

Fonte: Espiritismo com Kardec – ECK

Referências

KARDEC, A. O evangelho segundo o Espiritismo. Trad. J. Herculano Pires. 59. Ed. São Paulo: LAKE, 2003.

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Enviar mensagens por pensamento

Orson Peter Carrara

Aqui não trataremos das mensagens enviadas pelos conhecidos meios virtuais. Objetivo é focar no envio de bons pensamentos para atenuar aflições ou mesmo diante de enfermidades variadas, valendo-se, em outras palavras, da conhecida palavra vibrações.

 

Grande maioria de nós conhece a eficácia das vibrações de paz e amor, generosidade e fortaleza moral que podemos enviar a outras pessoas, ou mesmo famílias, instituições, iniciativas e até pela cidade que moramos, o país que habitamos ou outras nações.

 

A salutar prática da prece é o ponto de início para esse exercício, que todos podemos nos valer em benefício de terceiros. Embora conhecido, esse envio muitas vezes fica esquecido.

 

Reaprendi a praticá-lo com o amigo Marco Maiuri, conhecido médium e palestrante paulista, com quem temos tido a felicidade de desfrutar a companhia em eventos doutrinários, estimulando-me referida prática: enviar bons pensamentos.

 

Ele tem o hábito de fazer prece em favor de outras pessoas, ou de enviar pensamentos de paz e harmonia. Isso é muito comum em todas as religiões, ou seja, orar em favor de outras pessoas. Mas a espontaneidade com a questão em diferentes momentos da vivência cristã é que precisa sempre ser lembrada, e nunca será demais citar esse detalhe. Em outras palavras, é prática que deveria já estar em nossos hábitos comuns diários. Ao sabermos de alguém em aflição, por qualquer motivo, imediatamente endereçarmos esses pensamentos de proteção, ou vibrações de harmonia. Você não acha que isso traria grande modificação ao ambiente do planeta?

 

O significado da palavra vibração já diz muito: ação magnética que conjuga energias divinas, humanais e espirituais, entre outras de significado material que também cabem. Se você acrescenta o adjetivo espiritual, temos a expressão vibração espiritual que significa: processo mental de irradiação fluídica, ou seja: é a missão de energias através da força do nosso pensamento direcionadas a um propósito específico.

 

Fica bem mais claro, não é mesmo?

 

Não é desconhecida a força do pensamento. Ao mesmo tempo, a capacidade de pensar, de refletir, tem inclusa a possibilidade de irradiar tais pensamentos em favor de uma pessoa ou de uma causa. E o benfeitor Emmanuel contribuiu também, pela mediunidade de Chico Xavier, com a fabulosa obra Pensamento e Vida, cujo título por si só já enseja ampla reflexão sobre a vida e suas conexões, traduzindo abrangência que não escapa ao observador atento. Os capítulos da obra compactam um tesouro na referência do assunto, em nosso próprio benefício. E que pode ser usado para outras pessoas.

 

É muito comum no amigo Maiuri dizer, por exemplo, por meios virtuais: “estou passando aqui pela rodovia, em frente à sua cidade, estou enviando uma prece para você”. Isso foi me sensibilizando aos poucos e reaprendi a prática de enviar bons pensamentos, o que tem sido motivo de muita alegria. No momento de dormir, exército esse hábito.

 

Para muitas pessoas é absolutamente desnecessário escrever sobre isso, estando-lhes já incorporado em seu comportamento. Mas nunca será demais abordar o assunto, estimulando aqueles que desconhecem ou se esqueceram – como era meu caso – de enviar bons pensamentos. Não que não o fazem ou não fazíamos, mas o destaque está na espontaneidade do ato que, convenhamos, precisa virar um hábito – que sempre será saudável – que nos ajuda a progredir com a grande vantagem de ajudar uma ou mais pessoas.

 

O “(…) vem a nós o vosso reino (…)”, da prece de Jesus, inclui referida prática, pois aquele reino de amor, bondade e justiça, já indica de maneira bem ampla esse sentido de fraternidade pura que deveremos conquistar gradativamente, para iluminar o planeta. Convido o leitor.

 

Por:  Orson Peter Carrara

Fonte: Portal do Espírito (espirito.org.br)

 

Existe um ritual espírita para fazer a prece em casa?

Erika Silveira

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Falamos anteriormente sobre a força de uma prece feita com fé e sinceridade que traz benefícios tanto para o corpo biológico, como para o espírito, nos ajudando em diferentes momentos da vida.

Tratamos também se a prece no centro tem mais poder do que a feita em casa.

E agora vamos falar sobre uma outra dúvida: Existe um ritual espírita para fazer a prece em casa? É preciso fazer algo diferente ao realizar uma prece no lar?

Primeiro é importante lembrar que para o espírita não há necessidade de rituais e nem práticas ritualísticas. Aprendemos também que devemos buscar fazer de nosso lar um lugar  de paz e harmonia.

E para ajudar a equilibrar o ambiente, a prece significa um meio poderoso para auxiliar a trazer mais harmonia familiar. Nesse sentido, não se trata de um ritual específico para a prece, mas da importância do cultivo da prática diária da oração como forma de nos ligarmos às boas energias de amor e paz e trazermos mais entendimento e equilíbrio para todos aqueles que vivem no lar.

Por ser o lar um lugar tão importante em nossas vidas é fundamental levar proteção para o ambiente para que possamos nos sentir bem, fazendo do ambiente um refúgio de acolhimento tanto físico quanto espiritual.

O poder da prece em casa e o evangelho no lar

Quando oramos, independente das palavras que dizemos, por mais simples que sejam, criamos uma atmosfera melhor.

A questão 660 de O Livro dos Espíritos esclarece sobre o poder da prece em nos conectar com as forças do bem e nos melhorar. A prece torna o homem melhor? “Sim, porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir. É um socorro jamais recusado, quando o pedimos com sinceridade”.

E além da prece, no Espiritismo aprende-se os benefícios que a prática do Evangelho no Lar pode trazer. Trata-se de uma reunião familiar realizada em um dia e horário da semana na qual estuda-se o Evangelho de Jesus à luz da Doutrina Espírita.

É uma forma de higienização do ambiente espiritual, trazendo proteção e conexão com sentimentos mais elevados. Oportunidade também de ampliar o conhecimento e aprendizado ao estudar o evangelho e dialogar com os familiares.

 

Como realizar  a prática do Evangelho no Lar

Escolha um dia e horário da semana para o estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo, que deve durar aproximadamente 30 minutos. Faça uma prece inicial, na sequência, a leitura de um pequeno trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo e abra para comentários entre os presentes, mesmo se estiver sozinho, fale em voz alta para que os espíritos presentes possam ouvir também os ensinamentos de Jesus.

Após os comentários, escolha alguém presente para fazer as vibrações pelo lar, pelos familiares, amigos e se desejar também por aqueles entes queridos que já se encontram no plano espiritual, estendendo essas vibrações de amor ao Planeta e para todos aqueles que necessitam de socorro, que a espiritualidade possa levar boas energias e proteção.

Depois das vibrações, realiza-se a prece de encerramento agradecendo pelos ensinamentos recebidos e pela ajuda e amparo dos amigos espirituais e mentores.

Caso tenha crianças em casa, é importante as incentivar a participar desde cedo, pedindo para que façam uma oração da maneira deles e também podem participar com a leitura de livros para a faixa etária da criança e também podem comentar a lição lida. Lembremos que um mundo melhor começa dentro de casa.

O conhecimento espírita que amplia os horizontes oferece lições renovadoras que muito nos ajudam na caminhada da vida e o cultivo da prece, que não necessita de ritual algum, nem lugar específico, contribui muito para alimentar nosso espírito de esperança e paz.

Caso tenha dúvidas de como realizar a prece na prática do Evangelho no Lar, o livro O Evangelho Segundo o Espiritismo traz um capítulo específico com uma ampla coletânea de preces para todas as ocasiões.

Experimente essa conexão com Deus e as forças superiores e sentirá o bem estar adentrar seu coração, abastecendo de coragem  e renovação!

Fonte: Portal Mundo Maior

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Os Hospitais Espirituais: Recuperação e Cura no Além

Carlos Alexandre

 

Os Hospitais Espirituais são Instituições de extrema importância no Plano Espiritual, desempenhando funções essenciais para o auxílio e tratamento das almas desencarnadas. Baseando-se nos princípios da caridade e do amor ao próximo, esses Hospitais oferecem assistência a Espíritos que, ao deixarem o corpo físico, necessitam de cuidados especializados para a recuperação de suas energias e equilíbrio espirituais. Além disso, a Espiritualidade também se manifesta no plano físico, criando Hospitais Espirituais que auxiliam os encarnados em suas jornadas de cura e evolução.

 

Uma das características marcantes dos Hospitais Espirituais é a presença de equipes altamente capacitadas de Espíritos Trabalhadores, que dedicam suas existências à prática da Medicina Espiritual. Esses Trabalhadores são frequentemente Espíritos que, em suas vidas terrenas, foram médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, continuando a exercer suas vocações no além. Eles utilizam conhecimentos adquiridos em diversas encarnações e os aprimoram no Plano Espiritual, empregando técnicas avançadas de cura energética e espiritual (LIMA, 2013, p. 99).

 

 Os tratamentos realizados nesses Hospitais abrangem uma ampla gama de terapias, adaptadas às necessidades específicas de cada Espírito. Desde a limpeza de miasmas e fluídos negativos acumulados durante a vida terrena até o reequilíbrio dos chakras e centros de força espiritual, cada procedimento é realizado com precisão e amor, visando à recuperação integral do paciente.

 

A estrutura física dos Hospitais Espirituais varia conforme a evolução moral e tecnológica dos espíritos que ali trabalham. Em regiões mais avançadas, é possível encontrar construções que se assemelham a verdadeiros centros de pesquisa científica, com equipamentos sofisticados e salas de cirurgia espiritual. Já em regiões mais simples, o acolhimento e tratamento são feitos de maneira mais rudimentar, mas sempre com a mesma dedicação e empenho.

 

Ensina-nos Lima, na obra Médicos do Espaço, que um aspecto fundamental dos Hospitais Espirituais é a integração harmoniosa entre o tratamento médico e o apoio moral e emocional. Esses estabelecimentos não se limitam apenas ao cuidado físico, mas também se dedicam a tratar o ser humano em sua totalidade, reconhecendo a importância do equilíbrio entre corpo, mente e Espírito.

 

Nos Hospitais Espirituais, os Espíritos assistidos recebem cuidados médicos tradicionais, como diagnósticos, tratamentos e terapias físicas. No entanto, o diferencial está na abordagem holística, que inclui orientação espiritual e psicológica. Esse suporte adicional ajuda os pacientes a compreenderem melhor suas condições e a enfrentarem suas dificuldades com mais serenidade e esperança.

 

A orientação espiritual oferecida é baseada em princípios éticos e morais que incentivam a reflexão sobre a vida, as ações e as consequências de cada escolha. Os pacientes são frequentemente envolvidos em grupos de estudo e reflexão, onde são incentivados a praticar o autoconhecimento e a reforma íntima. Esses grupos proporcionam um espaço seguro para compartilhar experiências, aprender com os outros e encontrar apoio mútuo.

 

Além disso, a reforma íntima é um aspecto central do tratamento nos Hospitais Espirituais. Ela envolve um processo contínuo de autoaperfeiçoamento, onde os pacientes são encorajados a identificar e transformar padrões de comportamento e pensamentos negativos. Esse processo é visto como essencial para a cura espiritual e emocional, complementando os tratamentos médicos convencionais (TROVÃO, 2021, Online).

 

Ao considerar a integração dessas variadas formas de cuidado, percebemos que estamos diante de uma abordagem que transcende o tratamento tradicional. Não se trata apenas de aliviar sintomas físicos, mas de proporcionar um espaço onde a regeneração espiritual e emocional também é cultivada. Esse enfoque não só favorece uma recuperação mais duradoura, como também enriquece a qualidade de vida dos pacientes.

 

Ao promover o bem-estar em todas as suas dimensões, criamos um ambiente de cura que é verdadeiramente transformador e completo. Em última análise, essa abordagem nos lembra da complexidade e da interconexão da experiência humana, sublinhando a importância de tratar o indivíduo como um todo, ressaltando que a saúde é a perfeita harmonia da alma.

 

Carlos Alexandre

Fonte: Letra Espírita

 

Referências:

– LIMA, Ronie. Os Médicos do Espaço. 6ª Edição. Rio de Janeiro/RJ, 2013. Editora Mauad.

– TROVÃO, Jacobson. Saúde, curas e a influência dos Espíritos. 2021. Disponível em: https://www.febnet.org.br/portal/2021/03/17/saude-curas-e-a-influencia-dos-espiritos/ Acesso em: 20/07/2024.

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ALIENAÇÃO MENTAL E OBSESSÃO

Vitor Ronaldo Costa

ALIENAÇÃO MENTAL E OBSESSÃO:

CONSIDERAÇÕES DOUTRINÁRIAS

De acordo com os postulados espíritas, as causas mais conhecidas de alienação mental residem nos grandes abalos emocionais vivenciados na presente reencarnação ou derivam dos delitos e prejuízos graves impostos aos semelhantes em vidas anteriores. Nesta última hipótese prevalece a idéia de que as atitudes nefastas, decorrentes do egoísmo, da inveja e da maldade premeditada, se fixam no inconsciente do ser e aí permanecem em estado de latência, vibrando em maior ou menor desarmonia na dependência do tipo de malvadeza infligido aos outros.

 

Quando as atitudes insanas atingem inúmeras vítimas, mais intensa é a sensação de angústia e remorso, sobretudo após a desencarnação do infrator. Somem-se a isto, os ímpetos de vingança das vítimas desencarnadas, impulsos que se traduzem na perseguição pertinaz, tendo como alicerce a idéia fixa de justiça a ser imposta pelas próprias mãos.

 

Diante da ofensiva das sombras, o espírito assediado costuma buscar uma alternativa capaz de protegê-lo das perseguições obstinadas, de tal forma que, a opção reencarnatória parece ser o caminho mais viável. No auge do sofrimento, a entidade atormentada imagina que o mergulho na carne possa preservá-lo das hostilidades sofridas nas zonas umbralinas. Contudo, quando reencarnado, o espírito vê-se às voltas com um outro fator agravante. O seu campo mental, deformado pelo excesso de maldade, imprime, nas matrizes psíquicas da zona consciencial do campo perispirítico (físico), os desequilíbrios latentes que ressumam das profundezas da alma. Resultado: tal contingência converte-se em fator predisponente das manifestações psicóticas identificadas no decorrer da experiência terrena, se bem que complicadas pela subjugação obsessiva atribuída aos credores desencarnados.

 

As pesquisas comprovam que tais criaturas, logo nos primeiros anos de vida, ressentem-se dos indícios sugestivos de alienação mental, até que mais tarde explodem com intensidade as características sintomáticas das esquizofrenias, das depressões profundas ou do autismo clássico, psicopatologias sabidamente graves implícitas na Lei de Causa e Efeito.

 

Inúmeras vezes, a moléstia mental marca indelevelmente o comportamento do encarnado durante toda a existência. Em seu curso inexorável, compromete o relacionamento afetivo, distorce a noção de espaço e de tempo, e converte a criatura em uma personalidade apática, indiferente e desligada dos acontecimentos ao seu redor. No entanto, a aparência física, absorta e impassível, não corresponde à realidade dos fatos. Lá na intimidade, o mundo psíquico do alienado fervilha por conta dos inúmeros conflitos psicológicos derivados da intensa sensação de culpa e da incontrolável dor moral associada ao arrependimento tardio.

 

Se as benesses prodigalizadas pelo Espiritismo atingissem o maior contingente possível de insanos, o prognóstico do desequilíbrio mental não seria tão reservado assim e a enfermidade evoluiria de forma menos comprometedora.

 

É uma lástima admitir que, após o surgimento do Espiritismo, os bancos acadêmicos ainda refutem as informações e pesquisas relativas à vida fora da matéria. Não obstante tal postura, o campo experimental da doutrina tem se mostrado de real valor no diagnóstico e tratamento dos distúrbios espirituais, conforme preconizam as diretrizes doutrinárias. A experiência dos grupos espíritas, acumulada nas lides desobsessivas permite destacar algumas condutas que gostaríamos de compartilhar com os leitores. Vejamos, então:

 

Os enfermos mentais graves, na vigência das crises agudas devem ser submetidos compulsoriamente ao tratamento fluidoterápico (passes), pelo menos quatro vezes por dia. Tal postura encontra respaldo no conhecido benfeitor espiritual, Manoel Philomeno de Miranda. No livro “Loucura e Obsessão” (FEB), ao analisar um caso de esquizofrenia submetido ao tratamento espiritual, o citado pesquisador assim adverte:

 

“Enquanto isto, deve ele receber assistência fluidoterápica quatro vezes, ao dia, objetivando desencharca-lo das energias que o intoxicam.” (Manoel P. de Miranda e Divaldo P. Franco. Loucura e Obsessão. 1ª ed., Rio de Janeiro, FEB, 1990, pág. 132).

 

Habitualmente recorremos às técnicas desobsessivas, especialmente as que se alicerçam na utilização da Apometria, seguramente o procedimento eletivo de maior penetração nos casos em que a influenciação espiritual se manifeste de forma acentuada.

 

Contudo, pouco tem se dito a respeito dos benefícios hauridos pelos enfermos mentais com a aplicação dos tradicionais passes magnéticos. Aliás, muitos sequer imaginam que a quantidade de “passes” aplicados nos enfermos mentais possa variar de freqüência em face da gravidade de cada situação. É exatamente tal complemento terapêutico que merece de nossa parte uma análise mais acurada em face dos efeitos salutares devidamente comprovados na prática e pelos espíritos qualificados no movimento espírita brasileiro. Caso o enfermo se encontre submetido ao regime de internação hospitalar, por se tratar de um caso agudo, equipes de passistas voluntários deverão revezar-se e dispensar o maior número possível de aplicações fluidoterápicas.

 

A desobsessão individual, aquela em que todos os esforços e atenções convergem para um só paciente, nos casos mais complicados, poderá ser repetida semanalmente. Tal providência justifica-se porque, à medida que os algozes espirituais (bolsões kármicos) são atendidos e afastados, ocorre uma reversão no estado de abatimento geral do encarnado, seguida de sensível melhora na evolução do quadro clínico. Quando a terapêutica espírita é mobilizada em sua totalidade (passes e desobsessão apométrica), os enfermos mentais recuperam-se da fase aguda com mais rapidez, se comparados com aqueles outros submetidos apenas ao tratamento clínico. A experiência assim o tem demonstrado. Nas reuniões mediúnicas assistenciais, os espíritos obsessores, como de praxe, submetem-se aos benefícios da dinâmica desobsessiva. A repercussão favorável do intercâmbio mediúnico com os desencarnados hostis serve para reforçar a certeza de que a desobsessão espírita destaca-se como iniciativa da mais alta valia, não devendo jamais ser descurada pelos cultores da mediunidade com Jesus. Aliás, a interação magnética entre os campos vibratórios do obsessor e do médium de incorporação constitui-se uma forma de tratamento específico e ao mesmo tempo proveitoso ao desencarnado, conforme nos revela Manoel Philomeno de Miranda:

 

“Trazido o espírito rebelde ou malfazejo ao fenômeno da incorporação, o perispírito do médium transmite-lhe alta carga fluídica animal, chamemo-la assim, que bem comandada aturde-o, fá-lo quebrar algemas e mudar a maneira de pensar” (Manoel P. de Miranda e Divaldo P. Franco. Loucura e Obsessão. 1ª ed., Rio de Janeiro, FEB, 1990, pág. 135).

 

Mesmo que a entidade, por conta do lastimável estado de perturbação, não ofereça condições de diálogo, nada impede que ela seja submetida ao “choque anímico” ou terapia magnética de contato, prática pouco utilizada por falta de maiores esclarecimentos a respeito. Em tese, a desobsessão sempre se destacou no contexto amplo da terapêutica espiritual alicerçada nos moldes doutrinários. Portanto, jamais deveria ser relegada a plano secundário por algumas instituições… Caso a desobsessão caia em desuso, haverá prejuízos para os doentes mentais e demais portadores de outras complicações obsessivas.

As considerações feitas até agora nos permitem fixar algumas iniciativas a serem levadas em conta quanto aos espíritos obsessores:

– recepcionar em cada oportunidade o maior número deles, por intermédio das tradicionais incorporações;

– resgatá-los, sempre que possível, da erraticidade penumbrosa;

– tentar demovê-los pela retórica esclarecedora, das perseguições vingativas contra o desafeto encarnado;

– concitá-los ao perdão incondicional;

– e, por fim, encaminhá-los às estâncias de recuperação no Astral.

De fato, com o passar do tempo, o tratamento espírita poderá surpreender. Uma vez satisfeita as exigências acima, não é incomum observar a melhoria lenta, mas sempre progressiva do doente mental.

Detalhe digno de nota refere-se às transformações especiais que se operam no íntimo do ser encarnado, no decorrer das desobsessões. O fato mais destacado, sem dúvida, diz respeito à redução do sentimento de culpa albergado na mente enfermiça. Quanto mais obsessores forem resgatados das sombras, mais evidente e animadora a recuperação do enfermo encarnado. É como se a consciência perturbada pelo sentimento de culpa, aos poucos manifestasse alívio, ao perceber que as suas vítimas do pretérito, retidas em verdadeiros bolsões kármicos, estão sendo socorridas após tanto tempo de sofrimento. Tal observação é corroborada pela informação do ilustre Manoel P. de Miranda:

 

“A consciência de culpa somente desaparece quando o delinquente liberta aqueles que lhe sofreram o mal” (Manoel P. de Miranda e Divaldo P. Franco. Loucura e Obsessão. 1ª ed., Rio de Janeiro, FEB, 1990, pág. 89).

 

Por conseguinte, uma vantagem incontestável da metodologia desobsessiva se expressa na possibilidade do mais amplo recolhimento dos espíritos obsessores. Fato que aos poucos vai sendo reconhecido pelo componente mental do próprio doente encarnado, com boa repercussão na melhoria gradual do seu estado de insanidade.

Assim que possível, não descurar das instruções de ordem ética, a serem repassadas ao encarnado, evitando, no entanto recorrer ao expediente do moralismo que humilha. Uma vez iniciado o período de convalescença lembrá-lo a necessidade de se familiarizar com as exortações da psicopedagogia evangélica. Orientá-lo, ainda, a se dirigir em prece ao Senhor da Vida, com a finalidade de elevar o próprio padrão vibratório mental, rogar o perdão das faltas e implorar o benefício da libertação de suas vítimas pretéritas. Por fim, no instante favorável, sugerir que ele se filie ao voluntariado filantrópico, com vistas a consolidar aos poucos a verdadeira cura que a alma endividada necessita perante a própria consciência.

Fonte: Medicina e Espiritualidade

Referências bibliográficas:

(1) MIRANDA, Manoel P. e FRANCO, Divaldo P. Loucura e Obsessão. 1ª ed., Rio de Janeiro, FEB, 1990, p. 132.

(2) Idem, p. 135 (3) Ibidem, p. 89

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Vida social, o verdadeiro sentido da encarnação

Celi Faria Mareuse

O ser humano é gregário, o que isso significa? Significa que temos a necessidade de viver em grupos, de buscarmos companhia e de nos sentirmos confortáveis nas diversas situações sociais.

Justamente por isso, foi tão difícil o período de isolamento causado pela pandemia do coronavírus. Fomos forçados a aprender outras formas de nos relacionarmos, de estarmos juntos apesar do distanciamento físico. A tecnologia nos foi muito útil nesse momento, com muitas lives e videochamadas. Mas será que mudamos definitivamente o modo de nos relacionarmos?

Com certeza, não. Apenas ampliamos as possibilidades, pois nada substitui o contato humano, o fato de nos sentirmos acolhidos, de sentirmos o calor de um abraço, de nos unirmos em uma tarefa comum. Saímos renovados desses momentos, tanto que quase sempre nem percebemos o tempo passar. Como é bom termos conversas edificantes ou mesmo descontraídas com pessoas que admiramos!

E o que a ciência nos aponta sobre o contato humano? O dr. Vivek Murthy, autor do livro O poder curativo das relações humanas, nos traz que a solidão pode ser muito nociva. O isolamento extremo pode nos trazer ansiedade, depressão, desregular batimentos cardíacos e pressão arterial, sendo o contrário um fator estimulante. O contato edificante nos traz bem-estar, equilibra as emoções e, consequentemente, regula nosso organismo, melhorando as condições da saúde física e mental. Estar feliz e sentir-se pertencente são grandes estimulantes para nos fortalecer perante os desafios da existência. Esse contato presencial nos traz muitos elementos que absorvemos de forma inconsciente, como expressões corporais, faciais, tom de voz, sorriso ou seriedade nas falas. E isso nos dá parâmetros mais sólidos para sabermos se estamos ou não sendo compreendidos.

Então, o que poderíamos pensar sobre sermos gregários em relação ao nosso processo evolutivo? Qual a importância disso? Em O livro dos Espíritos, no capítulo VII, item VI – Lei de Sociedade, nas questões 766 a 768, temos respostas sobre a necessidade da vida social para o aprimoramento do homem. Ressalto aqui o último parágrafo:“Nenhum homem tem faculdades completas. Pela união social, eles se completam uns pelos outros para assegurar seu bem-estar e progredir. Por isso, tendo necessidade uns dos outros, são feitos para viver em sociedade, e não isolados”.

É por intermédio do outro que nos reconhecemos como seres humanos. Desde criança, necessitamos desse contato não só para o suprimento de nossas necessidades básicas, mas também para uma evolução da consciência de nós mesmos. É por meio do contato físico, do afeto, da aprovação que vamos percebendo nossa existência como um ser único. Seguindo, vamos reconhecendo mais tarde nossas características e nossas possibilidades, podendo assim buscar a transformação necessária para o nosso aprimoramento.

Joanna de Ângelis, no livro O despertar do Espírito, capítulo 7, sobre relacionamentos sociais, diz que “os relacionamentos sociais são de vital importância para os seres humanos. Quem não se relaciona no grupo social desintegra a personalidade e atormenta-se em sentido crescente”. O calor humano no inter-relacionamento social constitui fator básico para o crescimento psicológico, desenvolvendo a área da afetividade com toda a gama de sentimentos profundos que existem em germe no imo de cada ser. “O impositivo do instinto gregário responsável, de algum modo, pela sobrevivência das espécies animais, induzindo à convivência no grupo, desvela-se mais amplamente em emoções superiores que emulam à espiritualização, quando os sentimentos fraternais superam os níveis que agrilhoam o indivíduo aos automatismos primários” (Ângelis, 2014, cap. 7).

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo IV, item 26, no último parágrafo, temos: “Pela reencarnação sobre o mesmo globo, Deus quis que os mesmos Espíritos, encontrando-se de novo em contato, tivessem ocasião de reparar os seus erros recíprocos; em razão das suas relações anteriores, ele quis, por outro lado, assentar os laços de família sobre uma base espiritual, e apoiar sobre uma lei natural os princípios de solidariedade, de fraternidade e de igualdade”.

E assim podemos concluir que o contato humano social nos dá o verdadeiro sentido da encarnação, pois nos possibilita praticar a caridade, o acolhimento e o amor fraternal. E o que fazemos aqui senão para amarmos uns aos outros?

Bora tomar um café?

Referências

ÂNGELIS, Joanna de (Espírito). O despertar do Espírito. Psicografado por Divaldo Franco. Salvador: Leal, 2014. (Série Psicológica Joanna de Ângelis, 10).

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Araras, SP: IDE, 1994.

Fonte: Jornal (folhaespirita.com.br

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Espiritismo e Esoterismo

Dra Giselle Fachetti

“Não sejamos muito apressados em rejeitar a priori tudo o que não podemos compreender, porque longe estamos de conhecer todas as leis e nem a natureza nos revelou ainda todos os segredos. O mundo invisível é um campo de observação ainda novo, cujas profundezas seria presunção supor exploradas, quando incessantemente se estão patenteando a nossos olhos novas maravilhas”. (A. Kardec, OP, Capítulo 2, Parágrafo VII -Dos Homens Duplos – item 9).

Como Espírita eu sempre soube que, além de nós, os cristãos de outras denominações religiosas também são espiritualistas, assim como a maioria das religiões orientais e as originárias da África.

Tenho sempre usado a importância dessa afinidade em debates amistosos com membros de Igrejas Protestantes e Católicas. Estudei bastante a história do Cristianismo e sei quais as semelhanças e diferenças entre a Doutrina Espírita e a Teologia Católica e Protestante.

Sabia da afinidade entre a Doutrina Espírita e as religiões orientais, não só por sermos espiritualistas, mas também por termos, como eles, a certeza da reencarnação como mecanismo de evolução espiritual.

Surpreendi-me com minha ignorância em relação ao significado e a extensão do conhecimento esotérico. Depois de um breve e superficial estudo, que pretendo aprofundar, conclui que estes conhecimentos são tão importantes para os espíritas como o são os conhecimentos científicos atuais e teológicos tradicionais.

Temos explicações fantásticas sobre os mecanismos da mediunidade nas obras de André Luiz, assim como sobre a fisiologia da obsessão e a ação dos espíritos superiores na coordenação do progresso humano na Terra. Os efeitos físicos e espirituais das preces e as conseqüências das leis de ação e reação são dissecados minuciosamente por ele. Outras fontes além da codificação nos fornecem extenso material de estudo e esclarecimento sob a ótica filosófica e científica da Doutrina Espírita.

Tal estudo, por si só, seria suficiente para nos guiar rumo ao progresso espiritual, tão urgente e necessário, assim como o estudo de outras filosofias religiosas também o fazem. Entretanto, o esclarecimento que obtive vasculhando as fontes esotéricas de conhecimento tem sido muito útil, especificamente, em meu desenvolvimento mediúnico. Por isso pretendo redigir um breve resumo desses conceitos.

Místico é uma palavra que tem origem no idioma grego e significa iniciado. Misticismo, por sua vez, pode ser entendido como a busca de Deus através de uma experiência direta, individual, intransferível. Essa experiência pode incluir a crença na existência literal de realidades além da percepção física, transcendentes em relação à compreensão linear e positivista do universo.

Esoterismo (escrito com o s e não com o x) é o nome genérico que designa um conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas e religiões que buscam desvendar seu sentido oculto.

Segundo Blavatsky, criadora da moderna Teosofia, o termo “esotérico” refere-se ao que está “dentro”, em oposição ao que está “fora” e que é designado como “exotérico”. Designa o significado verdadeiro da doutrina, sua essência, em oposição ao exotérico que é a “vestimenta” da doutrina, sua “decoração”. Também segundo Blavatsky, todas as religiões e filosofias concordam em sua essência, diferindo apenas na “vestimenta”, pois todas foram inspiradas no que ela chamou de “Religião-Verdade”.

Inúmeras correntes filosóficas, tidas como esotéricas, já haviam descrito a complexidade do agregado espiritual (expressão usada por J S Godinho em seu livro Conflitos Conscienciais) humano definido genericamente como corpo físico, perispírito e espírito por Allan Kardec nos livros básicos da Doutrina Espírita.

Assim como me surpreende que pesquisadores renomados na área da paranormalidade nunca incluam as obras de Allan Kardec em sua bibliografia, mesmo quando realizam estudos específicos em relação à mediunidade, surpreendo-me também com o fato de que eu, espírita e estudiosa do assunto há 30 anos, desconhecia ainda tão completamente essas informações tão esclarecedoras.

Desconhecia a anatomia espiritual. Os detalhes estruturais do complexo ser físico, alma e espírito, ou como descreveu Kardec, corpo físico, perispírito e espírito. A fantástica possibilidade de interação do ser não físico com o ser físico através de instrumentos tão impressionantes em sua fisiologia milimetricamente precisa quanto o próprio corpo físico do ser humano.

Portanto, o que estudamos com o nome de corpos espirituais são os complexos instrumentos de que se utiliza o espírito para manifestar-se tanto no plano material quanto nos diversos níveis imateriais.

É infantil crermos que tais instrumentos sejam simples como um lençol jogado sobre o corpo como quando brincávamos de fantasmas, ainda em nossa primeira infância. Tais corpos são mais complexos que o corpo físico do ser humano, inclusive por que serviram de molde para que este fosse formado durante as diversas reencarnações da essência individual, o espírito.

Este conceito é claro por que permite que entendamos o ser humano como um conjunto de corpo físico e corpos espirituais como já há muito entendido pelos esotéricos orientais. O perispírito descrito por Kardec é, portanto, bastante complexo como já frisava André Luiz que mostrava as características de um desses corpos, o Duplo Etérico, no livro evolução em dois mundos.

Cada um dos corpos espirituais tem características próprias e funções específicas. São estudados pela visão direta dos clarividentes, pelo acesso a eles através de indução hipnótica, ou pela meditação profunda e bem treinada. Não são percebidos pelos métodos científicos materiais, pois apesar de serem constituídos de matéria, o são por uma matéria cuja densidade não é captada por nossos sentidos ou máquinas convencionais, pelo menos por enquanto.

A maioria das escolas esotéricas considera o agregado humano como constituído por sete corpos. O corpo físico, o duplo etérico, o corpo astral, o corpo mental inferior, o corpo mental superior, o Corpo Búdico, e o Atma.

O Atma é a nossa essência divina, nosso eu verdadeiro pleno e imortal. É o verdadeiro espírito que se utiliza dos corpos espirituais inferiores para expressar-se. Assim como nós utilizamos de um computador para manifestar nossas opiniões o espírito se utiliza de seus corpos para atuar em seu ambiente.

O computador é dotado de um programa e que ligado a uma impressora e com o recurso da linguagem permite o manifestar de nossa inteligência. O papel, a impressora, o mouse, o programa e o hardware não são nossa inteligência, mas permitem que a manifestemos através de um produto impresso ou virtual e que, assim, atuemos em algum segmento do nosso relacionamento interpessoal.

O Corpo Búdico é a primeira estrutura vibratória que envolvendo o espírito manifesta-o, segundo José Lacerda de Azevedo. É a consciência sintetizadora e foco da individualidade do espírito materializado. O corpo Mental Superior ou Abstrato é o veiculo das manifestações volitivas, da inteligência. O Mental Inferior ou Concreto é a alma das percepções simples, da consciência.

O corpo Astral, corpo mais inferior do espírito, é a alma instintiva e passional, aonde ocorre a transformação da força física em força psíquica. É o organismo das sensações. O Duplo etérico é o coordenador da vitalidade e de sua distribuição a todas as células. A excitação, a irritabilidade, o prana, são coordenados por essa organização fisiológica. Intermediário entre o corpo denso e o plano astral.

O corpo físico é o suporte material do espírito encarnado. Meio que este dispõe para atuar sobre a matéria.

O Atma, o Corpo Búdico e o Corpo Mental Superior formam o ternário superior, o Eu cósmico, a individualidade. O Quaternário inferior é formado pelos demais corpos espirituais e constituem o ego ou a personalidade.

Cada um dos corpos espirituais tem forma, cor e plano vibratório próprio que variam entre si e conforme o grau de evolução do indivíduo.

Os chacras são centros de força, vórtices por onde os dinâmicos campos magnéticos dos corpos espirituais se ligam ao físico. A palavra chacra vem do sânscrito e significa roda e reflete sua forma como observada pelos clarividentes. A sede deles é o Duplo Etérico, mas tem origem em estruturas superiores. Eles captam a energia cósmica que alimentam espiritualmente o ser que está manifestando o fenômeno vida.

Esses órgãos estão sempre em rotação e tem sua atividade aumentada com a evolução espiritual, cada um tem freqüência específica e colorido próprio. Os principais são sete: o básico, esplênico, umbilical, cardíaco, laríngeo, frontal e o coronário.

O primeiro, o básico, localiza-se na base da coluna vertebral, tem coloração avermelhada, é a sede da força vital primária que anima a vida encarnada. O Chacra esplênico, o segundo, é o chacra da vida vegetativa, tem grande importância nos fenômenos mediúnicos de incorporação, tem seu colorido variável.

O terceiro chacra, o umbilical, tem coloração avermelhado esverdeado, está ligado à fisiologia da alma, ao campo das emoções e sentimentos primários, e também ao sistema nervoso. O Chacra cardíaco, o quarto, é dourado brilhante e se liga as emoções superiores, afetos e sentimentos.

O Chacra laríngeo localizado em frente à cartilagem tiroidiana, é prateado brilhante e tem a função de transmitir as idéias por meio da fala. Muito importante na psicofonia. O chacra frontal, entre as sobrancelhas, é o chacra da espiritualidade superior.

O Chacra coronário, no alto da cabeça, tem coloração dos mais diversos matizes, é o chacra que nos conecta com o divino, com a energia Crística, com a espiritualidade superior.

Os plexos são centros energéticos que coincidem com os chacras, mas se relacionam ao sistema nervoso de vida vegetativa: o sistema simpático e parassimpático e centros ganglionares específicos.

A tela búdica é um importante órgão de proteção do corpo físico do homem em relação á influência espiritual deletéria. É uma estrutura de natureza magnética que se situa entre os chacras do corpo astral e etérico.

Assim resumimos alguns conceitos esotéricos elementares. Sabemos que o estudo de cada um desses conceitos e ou estruturas, por si só, ocupariam, se redigidos, um grande volume de uma hipotética enciclopédia esotérica. Entretanto, o inicio da abordagem de uma área de conhecimento deve ser gradual e didático para que elaboremos os conceitos de forma sólida e acessível.

A anatomia espiritual e sua fisiologia, se conhecidas, permitem ao indivíduo que pretende evoluir no caminho da mediunidade um progresso mais célere em um caminho menos turbulento. Se associarmos esses conhecimentos aos codificados por Kardec teremos um sistema poderoso construído em bases sólidas, o amor fraternal, que servirá para o benefício tanto da humanidade encarnada quanto da desencarnada.

A possibilidade do desdobramento espiritual consciente (ou projeção) amplia geometricamente os recursos da terapêutica espiritual em termos de desobsessão e auto-desobsessão. A esse método de desenvolvimento e prática mediúnica fui arrastada pela dor, conforme planos pré-encarnatórios que me retardei em concretizar, e pude, então, experimentar pessoalmente os efeitos dos novos conhecimentos que adquiri.

Assim, surpreendi-me com o acesso que tive a um mundo novo de amigos e protetores que, já antes intuía conviverem comigo e meus afins, mas que agora não só infiro sua existência, mas tenho plena consciência do contato valoroso e benéfico com esse grupo de trabalhadores no bem de forma direta, clara, organizada e constante.

Percebo um grande projeto para o qual os encarnados são convidados, repetidamente, a se unir. Só assim poderão exercer o tão necessário e urgente trabalho em prol da paz humana e do progresso espiritual individual redundando na realização de nossa expectativa cristã de transformação da terra em um orbe regenerativo. Seria nossa contribuição para a construção do paraíso terreno onde as nossas comunidades refletirão a alegria do esforço coletivo e harmônico rumo à redenção espiritual.

Os grupos que se formam com este objetivo devem procurar o conhecimento que liberta sem deterem-se diante das fronteiras das tradições e dogmas religiosos, mas ultrapassando-os de forma corajosa e reverente para ajuntarem todo um cabedal de conhecimentos há muito revelados, mas que aguardam por sua integração nas práticas religiosas, e de socorro, em todos os grupos de trabalhadores do Cristo já existentes sob as mais diversas denominações.

Cabe a nós Espíritas sermos os primeiros a nos despirmos de preconceitos arraigados para darmos um novo salto vibratório em direção à evolução coletiva. Sejamos como Kardec foi, abertos a novos conhecimentos, porém críticos e estudiosos. Somente assim honraremos nosso Mestre persistindo em seu caminho de descobertas e respeito à diversidade.

Essa forma de agir e sentir eu encontrei no grupo em que fui carinhosamente tratada e depois acolhida como uma trabalhadora da última hora e que sinto-me compelida a agradecer publicamente: A Comunidade Espírita Ramatis e seus dedicados membros. Agradeço profundamente a todos vocês pela ampliação da minha capacidade de ver e ouvir.

Giselle Fachetti Machado

Fonte: Medicina e Espiritualidade

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Sete Passos para a Felicidade

Dr Sérgio Felipe de Oliveira

Missão | Sete Passos para a Felicidade | Episódio 3 | Sergio Felipe ...

A felicidade e a relação com os valores da alma é tema do livro do médico

 

O médico clínico geral e mestre em ciências, Dr. Sérgio Felipe de Oliveira acaba de lançar seu primeiro livro Sete Passos para a FELICIDADE- baseado em valores da alma.

 

Na obra publicada pela editora da Fundação Espírita André Luiz, Dr. Sérgio Felipe de Oliveira que é reconhecido internacionalmente por suas pesquisas em medicina, saúde e espiritualidade, compartilha reflexões e passos transformadores para a conquista da felicidade e o despertar da força que existe em cada um.

 

O autor aborda a felicidade a partir de reflexões inspiradas no Sermão da Montanha, e compartilhadas em aulas ministradas para pacientes do SUS por quase 10 anos, dentro de um programa integrativo de saúde.

 

Sete Passos para a FELICIDADE é um livro de descobertas interiores em que o autor constrói a conquista da felicidade a partir de valores da alma que sensibilizaram vidas, falando diretamente ao coração.

 

Como alcançar a tão almejada felicidade e chegar lá? Neste livro repleto de cores e sentimentos, Dr. Sérgio Felipe de Oliveira traz importantes reflexões e convida a cada leitor à construção de uma rota pessoal, percorrendo os caminhos dos valores propostos para alcançar a felicidade.

 

Sobre o significado desse livro para a vida das pessoas, Dr. Sérgio reflete: “O livro fala sobre felicidade e de repente a gente oscila tanto com tantas coisas e pergunta como é possível? Eu faço uma análise da felicidade alcançada a partir dos valores da alma, que são coisas profundas que não dependem dos fatos que nos cercam. Eu estou ansioso para ler esse livro para começar comigo a reconstruir essas ideias, que eu acho que elas tem um fundo de verdade e se refletirmos vai poder ajudar bastante gente”.

 

E reforça: “São reflexões para que possamos abrilhantar a mente, encontrar caminhos e soluções na direção da felicidade, a felicidade como plenitude”.

 

A experiência com pacientes se transformou em reflexão e livro

 

Por uma década, Dr. Sérgio Felipe de Oliveira trabalhou no departamento de neurologia e neurocirurgia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), no setor de cuidados integrativos, acompanhando pacientes com esclerose lateral amiotrófica, uma doença que a medicina não conhece a cura, uma situação dramática.

 

Dr. Sérgio conta que lhe espantava que esses pacientes não ficavam deprimidos nem tristes. Nesse atendimento ele realizava uma palestra e uma oração. E diz que pensava, o que eu vou falar para uma pessoa que está perdendo toda a força muscular?

 

Ele lembra que em certa ocasião chegou um senhor trazido pela família em uma cadeira de rodas, com uma carinha amarrada. Na recepção se reuniam e faziam uma oração e esse senhor chegou muito zangado e eu perguntei, o senhor está triste? E esse senhor respondeu: “sim, eu sou inútil”.

 

Dr. Sérgio lembra que perguntou o horário ao senhor, ele respondeu meio dia e meia, então perguntou a ele se era hora de almoço? Então, perguntou porque tantos médicos, enfermeiras, estudantes de medicina, que deveriam estar almoçando e estavam ali? Por que acha que essas pessoas estão aqui? O paciente respondeu que não sabia, que deveria ser porque trabalhávamos a oração, a força da fé e do magnetismo para levantar vidas. O senhor tem alguma coisa a dizer a todos nós da sua experiência? Ele me olhou, então eu disse a ele, o senhor não é um inútil.

 

O que dizer sobre felicidade para uma pessoa que perdeu tudo? Quantas vezes estamos em uma situação que parece não ter solução. Onde encontrar? Dr. Sérgio afirma: “É no resgate de valores profundos da alma. Então a partir daí começa a construção da felicidade. Essa é uma experiência de cada um de nós nas nossas existências. Você é feliz? Você tem sentido felicidade? Eu mesmo quando passei momentos difíceis da minha vida, me perguntei sobre a felicidade”.

 

Na obra Sete Passos para a FELICIDADE- baseado em valores da alma, Dr. Sérgio compartilha importantes reflexões sobre a felicidade. Um livro para levar na bolsa, deixar na cabeceira, para refletir e nunca esquecer que por pior que esteja a situação, pare, lembre disso, conecte-se a Deus e comece a elaborar o fio da meada.

 

Dr. Sérgio lembra: “Diante do espanto de ver situações como daqueles pacientes, eu fui conduzindo de uma forma para tentar ver o que eu poderia fazer e contribuir. Quem sabe, as reflexões que foram produto da reunião de vidas em estados tão alarmantes e tão transformadores, uma convivência muito luminosa com aqueles pacientes que no limiar da vida, perderam tudo e estavam ali sorrindo, com esperança de que a vida poderia ser mais do que poderiam imaginar”.

 

Esse livro é um convite ao leitor para que possa encontrar a sua luz, o poder que tem no coração quando estamos em conexão com Deus.

 

(Fonte: Correio Espírita)

Serviço

Livro: Sete Passos para a FELICIDADE- baseado em valores da alma

Autor: Dr. Sérgio Felipe de Oliveira

Editora: FEAL

Para adquirir a obra: https://www.mercalivros.com.br/

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