A dúvida diante da morte

“No momento da morte, qual é o sentimento que domina a maioria dos homens: a dúvida, o medo ou a esperança?

A dúvida para os céticos endurecidos; o medo, para os culpados; a esperança para os homens de bem”

(Questão n. 961 de O livro dos Espíritos, Allan Kardec).

Somos perfeitamente livres para decidir nossos caminhos. Isso, obviamente, nos torna amplamente responsáveis pelas escolhas que fazemos ao longo na nossa existência na Terra. Já há muito nos informa um antigo ensinamento: “quando você nasceu, todos sorriram, somente você chorava. Viva de tal forma que quando você morrer, todos chorem e você sorria”. Diante da morte, nos apresentaremos de acordo com o modo que vivemos na Terra.

O curioso, no entanto, é observar a maneira indiferente como a maioria das pessoas encara esse momento, que mais cedo ou mais tarde chegará para todos nós. Muitas criaturas seguem o roteiro das suas existências acreditando que jamais deixarão este mundo e pouco fazem para que o instante da transferência para a pátria espiritual seja sereno e tranquilo.

Para aquele que não se interessa nada em saber sobre a desencarnação ou a morte e trilha seus passos sem qualquer senso de responsabilidade ou preocupação, quando estiver frente a frente com o instante da separação do corpo físico, restará a dúvida. O que, realmente, acontecerá? Para onde vai? Como será de agora em diante? Obviamente, a incerteza povoará seus pensamentos confusos e temerosos.

Já a criatura que viveu de forma a causar dores e sofrimentos aos outros, que na vida foi a causa de muitas lágrimas vertidas pelos irmãos do caminho, que cultuou o egoísmo e deu vazão aos sentimentos de natureza inferior, chegado o momento da morte, o medo estará presente, pois saberá, pelo que fez, que os reflexos do que plantou frutificará. Com certeza colherá, em si mesmo, todo o mal que deliberou fazer no seio social em que viveu.

No entanto, o homem de bem, que vivenciou extensa pauta de trabalho e realizações em favor da humanidade, dedicando seus dias a serviço da paz e da felicidade dos irmãos do caminho; aquele que realmente entendeu os ensinamentos do Cristo: “Amai-vos uns aos outros” e “faça aos outros aquilo que deseja para ti mesmo”, carregará consigo no instante de deixar este mundo a esperança e a absoluta certeza de que somente boas recompensas terá, pois passou pela vida espalhando a nobreza das boas obras e a solidariedade dos bons sentimentos.

Certamente, como somos livres, a escolha de uma dessas situações apresentadas se descortinará antes os nossos olhos. Assim, desde já, imperioso se torna que declinemos sérias análises e reflexões, procurando observar, detalhadamente, como estamos vivendo. Quais ações nossos gestos e atitudes estão semeando ao longo do nosso caminho?

A desencarnação ou a morte virá, indiscutivelmente, para todas as criaturas. Ela poderá tardar um pouco mais, chegar mais cedo do que se espera, mas quase sempre de forma imprevista e inesperada surgirá, e, então, cada qual reagirá em conformidade com a pauta de suas realizações: a dúvida, o medo ou a esperança.

Assim, não deixemos para depois a necessidade de pensarmos sobre o momento da nossa partida da Terra para o mundo espiritual, pois continuaremos vivendo, apenas será em outra dimensão, e lá carregaremos o reflexo de tudo o que fizemos por aqui.

A morte como o fim de tudo realmente não existe, visto que a transferência da vida física para a espiritual é uma verdade inconteste. E para morrer bem é preciso que vivamos bem.

Referência:

KARDEC, Allan. O livro dos Espíritos. 93. ed. Brasília, DF: FEB, 2013.

Fonte: Jornal (folhaespirita.com.br)

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A água magnetizada

Jacob Melo

ÁGUA MAGNETIZADA

Se a água é vital para a vida, quando magnetizada ela se transforma numa verdadeira fonte milagrosa.

 

     E como é que se faz isso?

 

     Há quem acredite que apenas deixando o vasilhame com água num determinado ambiente da Casa Espírita ela naturalmente será fluidificada pelos Espíritos; outros imaginam que as preces e as palestras, por purificarem o ambiente, também energizam as águas ali dispostas; e ainda tem os que ensinam que se a pessoa tiver fé, isso será bastante para que Deus magnetize sua água.

 

     Ainda que existam as possibilidades apontadas por cada um desses argumentos, creio ser de bom proveito analisar o que registra Allan Kardec:

 

     “Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo, mas inexplicado até hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético…”. O Livro dos Médiuns, Cap. VIII, “Do laboratório do mundo invisível”, Item 131.

 

     Este argumento, vindo de um homem com mais de 35 anos de experiência com o Magnetismo e o Sonambulismo, consorciado com seu primoroso bom senso e saber espírita (Allan Kardec), certamente põe uma vigorosa direção ao nosso entendimento acerca de como se processa esse benefício maravilhoso, que é a água magnetizada.

 

     O magnetizador humano, aquele que exterioriza (usina) seus fluidos, manipulando-os e empregando-os com conhecimento (‘de forma convenientemente dirigida’, tal como ensinam os Espíritos nas obras de Kardec), empregando sua vontade, sua atenção, seu desejo de curar e ajudar, tudo de forma determinada e confiante, infunde à intimidade das moléculas um novo potencial energético, assim fazendo com que essa água seja enriquecida para o bem de a quem se dirige.

 

     Não são necessárias técnicas especiais para essa magnetização. Além do que foi destacado no parágrafo anterior, o magnetizador deve impor uma ou as duas mãos sobre o vasilhame que contém a água e ali deixar fluir a energia que usinar, por um tempo que será determinado pela quantidade usinada, pela qualidade dos fluidos e pela finalidade da magnetização.

 

     Antigamente o tempo dessa magnetização raramente consumia menos de 15 minutos por vasilhame; com o simplicismo com que, ao longo do tempo, foi tratada, hoje é comum as pessoas mal passarem de 1 minuto magnetizando; o resultado disso foi uma perda quase que total dos benefícios que antes se verificavam em quem as atualizava como complemento terapêutico. Isto certamente nos leva à reflexão sobre como proceder para que as águas magnetizadas voltem a ter ganhos qualitativos.

 

     Nesse ponto, uma comparação se faz inevitável: nos chamados tempos clássicos do magnetismo, os magnetizadores não evocavam, objetivamente, os Espíritos e a maioria sequer os imaginava presentes, todavia os resultados obtidos por eles eram por demais ricos; hoje dizemos acreditar nos Espíritos, porém os resultados de nossas ações magnéticas têm diminuído consideravelmente de qualidade. Se colocássemos esse fato para alguém não-espírita certamente ele indagaria as razões e logo perceberia que ou nossa ‘crença’ está muito frágil ou o não uso das técnicas apropriadas, notadamente no quesito tempo de concentração de fluidos, está prejudicando sobremaneira o resultado favorável que se busca.

 

     A propósito, em O Livro dos Médiuns (item 176, questão 3ª), Allan Kardec perguntou aos Espíritos sobre a influência deles junto aos magnetizadores: “Há, entretanto, bons magnetizadores que não creem nos Espíritos?” – ao que eles responderam:

 

     “Pensas então que os Espíritos só atuam nos que creem neles? Os que magnetizam para o bem são auxiliados por bons Espíritos. Todo homem que nutre o desejo do bem os chama, sem dar por isso, do mesmo modo que, pelo desejo do mal e pelas más intenções, chama os maus.”

 

     Muito bem; sendo assim parece não haver dúvidas de que devemos mesmo resgatar o Magnetismo para, entendendo-lhe a base, conseguirmos melhores resultados em nossas tarefas.

 

     A água magnetizada segue pedindo nossa intervenção, não apenas no desejo de que os Espíritos façam sua parte, mas que façamos igualmente a nossa, magnetizando para o bem, com dedicação, conhecimento, doação efetiva e sabedoria.

 

     [1] – No meio espírita contemporâneo adaptou-se a expressão ‘água magnetizada’ para ‘água fluidificada’. Embora seja bem aceita, na realidade ela traz em si uma série de complicações, notadamente porque não é encontrada com essa grafia em nenhuma das obras de Allan Kardec, em nenhum livro clássico do Magnetismo e a palavra ‘fluidificada’ ficou fácil de ter seu entendimento modificado em sua essência prática, pois se usa muito desse artifício para se dizer que ‘o Mundo Espiritual é quem a magnetiza’, ao contrário do que diz o codificador.

Fonte: correioespirita.org.br

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Duas graves lições

Orson Peter Carrara

As instruções de  Emmanuel são valiosíssimas, como de conhecimento do movimento espírita. As lições saltam ao raciocínio, ao sentimento, com advertências profundas, mas sempre fraternas, vindas da sensibilidade e conhecimento do referido autor.

 

Do livro Vinha de Luz, dentre tantas pérolas ali reunidas, colhemos duas para dividir com os leitores. São os capítulos 43 – Vós, portanto e 61 – Também tu. Embora sejam focos diferentes, selecionei trechos parciais para reflexão do leitor.

 

No primeiro deles, após citar que “O mundo está cheio de enganos de homens abomináveis que invadiram os domínios da política, da ciência, da religião e ergueram criações chocantes para os espíritos menos avisados (…)” e que “(…) contam-se por milhões as almas com eles arrebatadas às surpresas da morte e absolutamente desequilibradas nos círculos da vida espiritual. (…)”, o autor argumenta “Do cume falso de suas noções individualistas precipitam-se em despenhadeiros apavorantes, onde perdem a firmeza e a luz”.

 

A advertência é grave, a conclusão das ilusões é óbvia e nem poderia ser diferente. Mas ainda mais grave é a conclusão do texto breve e profundo: “(…) o discípulo de Jesus, bafejado pelos benefícios do Céu todos os dias, que se rodeia de esclarecimentos e consolações, luzes e bênçãos, esse deve saber, de antemão, quanto lhe compete realizar em serviço e vigilância e, caso aceite as ilusões dos homens abomináveis, agirá sob a responsabilidade que lhe é própria, entrando na partilha das aflitivas realidades que o aguardam nos Planos inferiores.”

 

Já no segundo dos textos, no capítulo 61, acima citado, do mesmo livro, o autor inicia comentando sobre as “(…) cogitações do farisaísmo, relativamente a Lázaro, nas horas supremas de Jesus. Não bastava a crucificação do Mestre. Intentava-se, igualmente, a morte do amigo de Betânia (…)”.

 

Lembrando que o farisaísmo lembra hipocrisia ou apenas aparência exterior, o autor comenta:

 

“(…) O farisaísmo dos velhos tempos ainda é o mesmo nos dias que passam (…). Qualquer homem, renovado em Cristo, o incomoda. (…)” Ele, o farisaísmo, “(…) instala perseguições, desclassifica-os na convenção puramente humana, tenta anular-lhes a ação em todos os setores da experiência (…)”.

 

E adverte os discípulos sinceros, renovados no bem:

 

“Tem, pois, cuidado contigo mesmo. Se te sentes trazido da sombra para a luz, do mal para o bem, ao sublime influxo do Senhor, recorda que o farisaísmo, visível e invisível, obedecendo a impulsos de ordem inferior, ainda está trabalhando contra o valor de tua fé e contra a força de teu ideal. Não bastou a crucificação do Mestre. Também tu conhecerás o testemunho.”

 

Nada mais a dizer, no pensar dos dias atuais. São lições graves, a serem pensadas e repensadas.

 

A cada lição uma profunda reflexão.

 

Por: Orson Peter Carrara

Fonte: Portal do Espírito (espirito.org.br)

 

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Abortos Aparentemente Espontâneos Provocados Mentalmente pela Mãe

Dr. Ricardo di Bernardi

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Já comentamos o imenso potencial energético que nós seres humanos possuímos. O potencial psicocinético, que é capaz de mover objetos próximos ou à distância, pela força de nossos pensamentos, atua também sobre as energias sutis que unem o embrião à textura energética do psiquismo fetal.

 

Chevalier e Hardy dois eminentes pesquisadores franceses utilizaram um aparelho chamado “gotejador psicocinético” que comprovou em laboratório a ação mental sobre as moléculas da água. Trata-se de um aparelho onde uma fonte goteja sobre uma lâmina, dividindo a gota de tal forma que os dois compartimentos abaixo se enchem de água em tempos rigorosamente iguais. Portanto, um aparelho de precisão física. Verificou-se que “sensitivos” ou “sujets”, para utilizar a linguagem dos eminentes pesquisadores, ao se concentrarem mentalmente desviavam a gota, fazendo com que o compartimento à direita ou à esquerda conforme solicitado, crescesse mais em volume de água.

 

Experiência esta muito estudada, também, pelo psicobiofísico brasileiro Prof. Henrique Rodrigues.

 

As ações mentais de uma “gestante” também possuem propriedades psicocinéticas e podem ter profunda repercussão sobre as ligações energéticas do espírito reencarnante com o seu embrião.

 

Há mães que odeiam o fato de estarem grávidas. Seja pelas circunstâncias dolorosas que motivaram a gravidez, seja pela dificuldade de relacionamento com o esposo que a gestação lhes ocasiona, ou ainda pela situação de penúria econômica em que se situam, antevêem uma agravação da situação pelo estado em que se encontram.

 

Seja qual for o motivo, desde os mais complexos até a mais simples vaidade, o fato é que a situação existe com relativa frequência. As experiências de regressão de memória efetuadas nas “Terapias de Vivências Passadas” – TVP ou por outros motivos, tem nos dado valiosos subsídios no estudo da influência mental da gestante sobre o feto.

 

Além de abortos, a postura monoideística (idéia fixa) materna pode determinar repercussões psicológicas diversas sobre o ser em vias de renascimento. Sentimento de abandono ou carência afetiva são comuns em crianças, jovens e até em adultos que sofreram este tipo de influência materna.

 

Muitos renascimentos tem origem na necessidade de harmonização de desafetos passados. A oportunidade do vínculo familiar, e do véu de esquecimento do pretérito é um recurso que os amigos espirituais utilizam para a reaproximação das criaturas. O intercâmbio energético materno-fetal será cada vez mais valorizado pela ciência médica que, excetuando alguns raros profissionais, não crêem que um “ser” em formação, sem cérebro desenvolvido, tenha capacidade de registrar as emoções maternas. Só o conhecimento da existência do Espírito abrirá as portas para a compreensão deste problema

 

Trabalhemos…

 

Dr. Ricardo Di Bernardi rhdb11@terra.com.br

ICEF –Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis

Ricardo Di Bernardi é presidente do ICEF, palestrante espírita internacional e autor de vários livros, entre eles, Gestação – sublime intercâmbio, Dos Faraós a física quântica, Reencarnação e evolução das espécies.

Fonte: Medicina e Espiritualidade

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Nossos desencontros e reencontros

Com o passar do tempo, vamo-nos apercebendo de que nada acontece por acaso. Muito antes de nascermos, ajustamos com a espiritualidade Superior os caminhos que iremos palmilhar, sem que nos tornemos prisioneiros do “destino”.

 

Há uma programação reencarnatória onde participamos do planejamento colimado. A consciência que adquirimos além-túmulo faculta-nos optar pelas provas e expiações de que necessitamos para a reparação dos equívocos do pretérito.

 

No Livro dos Espíritos, questão 132, temos: Qual o motivo da encarnação dos Espíritos? – “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.”

 

A misericórdia divina concede-nos sempre um novo recomeço. Quando despertos pelo arrependimento, buscamos a “porta estreita”, que é o caminho para o burilamento do Espírito.

 

Em Mateus 5:25 encontramos: “Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele”. Quando reencarnamos trazemos as dissensões do passado que eclodem como provas para que sejam reparadas. Por outro lado, com aqueles que mantivemos afeto poderemos experimentar uma convivência fraterna.

 

O nosso livre-arbítrio, que é dádiva divina, oportuniza-nos novas conquistas para o aprimoramento espiritual, já que o Orbe terrestre é escola que exige provas, e também hospital que trata das almas enfermas.

 

As ocorrências da vida fazem parte dessa estrada longínqua, onde nem sempre nos apercebemos de que se trata de provas que necessitamos experimentar ou mesmo, novas experiências que irão fortalecer nosso crescimento espiritual.

 

É nesse contexto que vivenciamos os encontros, desencontros e reencontros. No livro A Coragem da Fé, pg.26, psicografia de Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Bezerra de Menezes, consta: “Todos estamos mais próximos do ontem que do amanhã: o passado exerce maior influência sobre as nossas ações do que o próprio presente, que somos chamados a viver no hoje das oportunidades que se nos renovam, através da reencarnação”.

 

Nessa trajetória em que a batalha maior é aquela travada em nosso interior, as sombras do passado estão presentes atormentando-nos para que continuemos seguindo caminhos malfazejos. Contudo alimenta-nos a esperança nas promessas do Mestre Jesus nas Bem Aventuranças que nos encorajam na busca da redenção.

 

Nossa evolução dar-se-á pela perseverança fortalecida pela Fé, que nos direciona para a Luz ao seguirmos o exemplo de Jesus. Essa é a tarefa de todos nós. Não há privilégios nem regalias, pois sendo Deus bom, justo e misericordioso, jamais daria tratamento diferenciado para nenhum de seus filhos.

 

Conscientes de que a nossa melhora espiritual depende das atitudes que tomamos, cabe-nos controlar as nossas emoções e sentimentos, para que não sejamos vítimas das reações impulsivas, que poderão gerar ressentimentos.

 

Sanear os pensamentos é purificar a conduta na fonte sublime do amor, da caridade e de tantas outras virtudes que necessitamos cultivar. (As quedas machucam, mas as oportunidades do soerguimento consolam).

 

Luiz Guimarães Gomes de Sá

Fonte: Espiritismo na Rede

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A caminhada de Kardec para conceituar o espiritismo

Por Adair Ribeiro Jr.*

            Imagem da primeira edição do livro

O que é o espiritismo (1859),

com uma dedicatória do editor Ledoyen

Se você perguntar para um estudioso da doutrina espírita a definição sobre o espiritismo, provavelmente obterá como resposta o conceito encontrado no livro Qu’est-ce que le Spiritisme (O que é o espiritismo):

 

“O espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que podem ser estabelecidas com os espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que decorrem dessas mesmas relações. Podemos defini-lo assim: “O espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.”

 

Mas, será que desde o início Kardec já teria essa resposta como definitiva?

 

Para descobrirmos isso, temos primeiramente que considerar que ao longo dos anos ele foi realizando revisões em seus livros e é na consulta das várias edições de suas obras no original em francês que encontraremos a resposta.

 

As traduções conhecidas que compõem o rol das obras do espiritismo, excetuadas as lançadas com finalidades históricas ou comemorativas, foram e são realizadas a partir de uma edição que contém os textos definitivos de Kardec. As pesquisas atuais já mostraram que ele atualizou o conteúdo de todas as suas obras, com exceção do livro Viagem espírita em 1862, onde relata suas impressões sobre as viagens realizadas naquele ano, para divulgar o espiritismo.

 

A primeira edição do livro de O que é o espiritismo ocorreu em meados de 1859, dois anos após o lançamento de O livro dos espíritos. Ele tinha a função de apresentar aos interessados a introdução ao conhecimento do mundo invisível e o resumo da doutrina espírita, trazendo respostas às principais objeções que a ela podiam ser apresentadas. Foi nesse livreto de 104 páginas que Allan Kardec trouxe a sua primeira conceituação para o espiritismo:

 

“O espiritismo é a doutrina baseada na existência dos espíritos, ou seres incorpóreos do mundo invisível, e nas suas relações com o mundo corpóreo. Podemos ainda dizer que o espiritismo é a ciência de tudo o que se relaciona com o conhecimento dos espíritos ou do mundo invisível.”

 

A proposta da existência de consequências morais sobre o modo de pensar e agir já havia sido apresentada desde O livro dos espíritos de 1857, mas ainda não integrava a definição apresentada em 1859.

 

Allan Kardec realizou a revisão desse livro em 1862, que passou a ter o seu conteúdo ampliado a partir de sua terceira edição, distribuído agora em 140 páginas. Nele, a conceituação do que seria o espiritismo passou a ser mais objetiva: “O espiritismo é a ciência de tudo o que diz respeito ao conhecimento das almas ou espíritos e do mundo invisível, e às suas manifestações”.

 

Oito anos depois de lançado O livro dos espíritos, sua sexta edição chega aumentada e com quase 200 páginas. Nela, Allan Kardec nos brinda com a sua conceituação definitiva para o que é o espiritismo, como a colocamos no início de nosso texto.

 

*Adair Ribeiro Jr. é curador do Museu Akol – AllanKardec.online.

Fonte: correio.news

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O Magnetismo pede licença

Jacob Melo

Sobre Jacob Melo - Jacob Melo - Site Oficial

  Desde muito jovem lido com o Magnetismo. A rigor, de forma direta e praticamente ininterrupta, já passa de 45 anos o tempo que contabilizo nesse estudo e nessa prática.

 

   Nem sempre estive tão certo do que sabia nem aonde isso tudo me levaria, mas a certeza de que este caminho é certo e seguro nunca saiu de minha emoção nem da consciência com que me envolvi. Afinal era exatamente em Allan Kardec que eu me fundamentava; foi em suas obras que firmei minhas convicções e em quem sigo lastreado sem temer qualquer queda ou naufrágio.

 

   Por tanto tempo, assim como dúvidas de difíceis respostas me surgiam, bênçãos e grandiosas maravilhas se descortinavam como a sinalizarem o longo trajeto a ser percorrido.

 

   E embora jamais tenha havido em meus sentimentos qualquer réstia de anseios subalternos, algo muito forte me inquietava: “Será que as pessoas não percebem a grandiosidade dessa Ciência?”

 

   E saí estudando, exercitando, aprendendo, aplicando, me aperfeiçoado e levando avante o que sinto ser um dos mais seguros e eficientes meios de se ajudar a qualquer criatura… E nisso vieram as palestras, as apostilas, as aulas, os cursos, os livros, as viagens…

 

   E sigo firme, apesar de alguns momentos de passageiros desânimos. Todavia, estes não vinham em relação ao Magnetismo, mas devido ao meu não entendimento de tanta dificuldade da parte do meio espírita em entender e aplicar o que Allan Kardec e os Espíritos Superiores indicaram, insistiram e ainda seguem orientando.

 

   Mas o tempo sempre traz as respostas às expectativas dos que semeiam.

 

   Hoje, seguindo totalmente voltado a essa divulgação, sou agraciado com a percepção de que por todos os lados surgem novos grupos, outras sociedades e interessados das mais diversas origens ou regiões, dando-nos conta de que o Magnetismo volta a atrair o interesse de muitos, sobretudo pelos resultados irretorquíveis que apresenta ainda que nossa base teórica siga fragilizada por contarmos com bibliografia clássica ainda muito rara e restrita, e por contarmos com argumentações geradoras de atitudes excessivamente passivas e pouco produtivas, como as decorrentes de frases do tipo: “Os Espíritos fazem tudo”, “basta ter boa vontade”, “se não melhorou é porque não tem fé ou lhe falta merecimento”, “o amor é suficiente”, “só precisa impor as mãos, como fez Jesus”…

 

   De fato, os Espíritos são fundamentais em nossas ações magnéticas, mas não podem fazer tudo; se a boa vontade é necessária, o estudo, a dedicação e a atenção são igualmente indispensáveis e intransferíveis.

 

   As questões de fé e merecimento, ainda que existam, nos levam a refletir no que podemos e devemos fazer melhor e não usar tais argumentos como se fossem condenações aos enfermos; embora o amor seja a maior força do universo, será que temos tamanho amor em nós mesmos? Finalmente, Jesus não se limitava a impor as mãos (Ele usou os mais variados mecanismos e as mais ricas técnicas de magnetismo, basta ver Lucas, 7, 32 a 34; 8, 22 a 25) e ainda que assim o fosse, teremos nós tamanho poder, tamanho amor, tamanho conhecimento da Lei?

Livros de Jacob Melo - MAGNETISMO HUMANO - Livros de Jacob ...

  Com o advento da internet, da facilidade de comunicação e da rapidez com que as informações correm e percorrem o mundo, o Magnetismo pede passagem e começa a chegar aonde durante tanto tempo encontrou cerradas portas e janelas. Ficamos assim na posição de apenas abrir-lhe caminhos, oferecer-lhe nossas mãos e nosso amor, buscando aumentar o saber para melhor fazer, pois se é dando que recebemos, doemos e doemo-nos com amor e sabedoria, pois o mundo melhor que todos buscamos nasce dentro de cada um, onde magneticamente estamos todos albergados.

 

   Como disse uma amiga, talvez o coração pudesse ser na cabeça e o cérebro no peito, assim pensaríamos com mais amor e amaríamos com mais sabedoria. Por isso mesmo posso concluir dizendo que o Magnetismo acima de tudo pede passagem na mente e no coração, não separados, mais sabiamente unidos no amor.

Jacob Melo

Fonte: O Magnetismo pede licença (correioespirita.org.br)

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Ele é novidade, embora não seja

Jacob Melo

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Do que estou falando? Do Magnetismo. E onde ele é novidade, embora não seja? No meio espírita.

 

    Isso é deveras impressionante. Não por ser ou deixar de ser novidade, mas por não termos tido olhos de ver o que Allan Kardec nos deixou.

 

    O que hoje chamamos de passes ele chamava de ação magnética; a hoje denominada água fluida ou fluidificada era por ele indicada como água magnetizada; passistas eram magnetizadores enquanto a mediunidade curadora foi reduzida à ação de frágeis médiuns passistas… E assim seguimos desnaturando e desconfigurando o que a base espírita tão bem estabeleceu.

 

   Alguns acham que tudo não passa de uma questão semântica, etimológica ou de terminologia, o que, convenhamos, é tentar minimizar danos. Senão vejamos o que temos hoje, em comparação ao que se verificava no tempo de Kardec, tomando por base apenas um fator: o tempo (e vou utilizar apenas este como ponderação, embora existam outros e alguns até com mais relevância ainda, mas que a eles me referirei noutros artigos):

 

   Passe: um passe, ensina a maioria das Casas Espíritas, não precisa ser demorado, via de regra chegando ao tempo máximo de 2 minutos; uma ação magnética real muito raramente era inferior a 30 minutos;

 

    Água fluidificada: a quase totalidade dos Centros Espíritas acredita que os Espíritos a fluidifiquem, mas quando usam um passista nessa ocupação, no prazo de um ou dois minutos eles são capazes (?) de fluidificar uma centena ou mais de vasilhames, não importando a capacidade dos mesmos; para Kardec, assim como para os Espíritos da Codificação, quem magnetiza a água é o magnetizador (LM – Cap. 8, item 131: “O Espírito atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético”) e este costumava demorar em torno de 15 minutos num único vasilhame;

 

    Passistas: acreditando que são apenas “canais” da Espiritualidade, eles não precisam demandar tempo em suas ações, posto que os Espíritos fazem tudo (até porque é alegado que não somos nós quem fazemos e sim eles); já os magnetizadores, conscientes de sua participação ativa e concentrada nas atividades magnéticas, precisam de longa preparação teórica e prática, além de ‘manipularem’ os fluidos por bastante tempo em cada sessão magnética.

 

    Médiuns passistas: além de Allan Kardec não ter criado esse neologismo, estes não precisam de tempo para iniciar os passes, enquanto os magnetizadores costumavam demandar um tempo médio de 5 a 10 minutos só para estabelecer relação magnética com o paciente para, só então, iniciarem a ação magnética propriamente dita.

 

    Além dessas ponderações, as dificuldades de se buscar base e dados na obra do mestre lionês, tomando-se por referência os termos hoje em voga, torna o esforço quase infrutífero, pois as informações não batem. E quando nos lembramos de que ele tinha trinta e cinco anos de experiência como magnetizador quando codificou o Espiritismo e, portanto, sabia do que falava e sugeria, fica muito esquisito pensar que ele tivesse esquecido de deixar lastro nesse caminho abençoado que é o do Magnetismo.

 

    Mas mantenhamos a esperança; ainda há tempo de abrirmos os olhos e percebermos mais claramente o que nossa curta visão tem-nos impedido de observar com mais proveito.

 

    Como anotou Michaelus, no primeiro capítulo de sua notável obra Magnetismo Espiritual, publicada pela FEB: “Os homens opõem obstáculos ao descobrimento das próprias verdades indispensáveis ao seu progresso e à sua felicidade”. Que tal andarmos para frente e fazer valer o que precisa, independente de ser novidade ou não?

 

Jacob Melo

Fonte: correioespirita.org.br

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Magnetismo e Espiritismo: quem os separou?

Jacob Melo

Magnetismo pessoal: saiba desenvolver sua atração | WeMystic Brasil

Por ter crescido num berço espírita e já contando com muitos anos lidando com o Magnetismo, fico pensando o porquê de se fazer tantas reservas ao casamento dessas duas ciências!

 

Como ciências, elas são consorciadas num enlace indissolúvel, sob pena de, em se separando, chegarem ao imobilismo, conforme preconizou Allan Kardec em janeiro de 1869, às vésperas de sua desencarnação (Revista Espírita, janeiro de 1869, página 7, onde se lê: “O magnetismo e o Espiritismo são, com efeito, duas ciências gêmeas, que se completam e se explicam uma pela outra, e das quais aquela das duas que não quer se imobilizar, não pode chegar a seu complemento sem se apoiar sobre a sua congênere; isoladas uma da outra, elas se detêm num impasse; elas são reciprocamente como a física e a química, a anatomia e a fisiologia”. Grifo original). Fica bastante visível a opinião do Codificador, a qual nem sempre tem recebido o respeito devido.

 

Uma das “lutas” de Allan Kardec foi a de convencer os magnetizadores de sua época acerca da influência dos Espíritos nos fenômenos do magnetismo. A grande maioria dos magnetizadores de então não queria admitir a possibilidade da interveniência de “nenhuma potência estranha”, mesmo quando não tinham, em seus saberes, todos os móveis e motores que explicassem a ação de tão sutil agente, chamado de fluido, potencializado por outro ainda mais sutil: a vontade.

 

Vermífugos, vomitórios, sangrias e perdas de vitalidade provocadas eram considerados, ainda, como os principais elementos de cura da medicina da ocasião e as terapias naturais já começavam a se fazer reconhecidas, se não pelas curas totais, pelo menos por apresentarem menores índices de óbitos. Nesse universo, o magnetismo de Mesmer já havia conquistado terreno amplo, mesmo com o Magnetismo ainda tendo que enfrentar parte da sociedade acadêmica e dela sofrer as mais rigorosas perseguições. Todavia, no que se percebe da leitura dos grandes da época, muitos médicos já haviam incorporado à sua prática clínica tanto o Magnetismo como o Sonambulismo, sempre referindo sucesso a tal mister.

 

E pelo que Allan Kardec pronunciou: “O magnetismo preparou o caminho do Espiritismo, e os rápidos progressos desta última doutrina são incontestavelmente devidos à vulgarização das ideias sobre a primeira. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas há apenas um passo; sua conexão é tal que, por assim dizer, é impossível falar de um sem falar do outro. Se tivermos que ficar fora da Ciência do magnetismo, nosso quadro ficará incompleto e poderemos ser comparados a um professor de Física que se abstivesse de falar da luz” (In Revista Espírita, março 1858, artigo ‘O magnetismo e o Espiritismo’) fica notório que o mestre de Lion abençoava esse enlace e ainda nos advertia do preço que seria ficarmos de fora da Ciência do Magnetismo. E para que não ficasse dúvidas de que ele conhecia e respeitava os grandes mestres do Magnetismo, ele encerrou o referido artigo com este honestíssimo parágrafo: “Devíamos, aos nossos leitores, essa profissão de fé, que terminamos rendendo uma justa homenagem aos homens de convicção que, afrontando o ridículo, os sarcasmos e os dissabores, estão corajosamente devotados à defesa de uma causa toda humanitária. Qualquer que seja a opinião dos contemporâneos sobre a sua conta pessoal, opinião que é sempre, mais ou menos, o reflexo de paixões vivas, a posteridade lhes fará justiça; colocará o nome do barão Du Potet, diretor do Jornal do Magnetismo, do senhor Millet, diretor da União Magnética, ao lado dos seus ilustres predecessores, o marquês de Puységur e o sábio Deleuze. Graças aos seus esforços perseverantes, o Magnetismo, tornado popular, colocou um pé na ciência oficial, onde dele já se fala, em voz baixa. Essa palavra passou para a linguagem usual; ela não espanta mais, e quando alguém se diz magnetizador, não lhe riem mais ao nariz” (grifos originais).

 

Nosso codificador, portanto, afirma e reafirma a união do Magnetismo com o Espiritismo. Sobrando, portanto, a pergunta título deste artigo: “quem os separou?”. O mundo, assim como eu, espera uma resposta que explique o que nos levou a esse imobilismo em que nos metemos.

 

Jacob Melo

Fonte: correioespirita.org.br

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ESPIRITISMO – Ataque Intramuros

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O Espiritismo, ultimamente, vem sofrendo toda espécie de ataques intramuros por parte de supostos adeptos, agentes encarnados das Trevas que insistem em conturbar a opinião pública, e mesmo fragilizar a fé dos que ainda não sabem separar o joio do trigo:

Acusam Kardec de racista…

Promovem o Elitismo…

Adulteram as Obras Espíritas…

Fazem maldosas insinuações contra Chico Xavier…

Conspurcam a mediunidade…

Menoscabam o aspecto religioso da Doutrina…

Muito fácil reconhecê-los, porquanto todos eles não possuem o menor currículo de trabalho na Seara Espírita-Cristã, além de mostrarem a sua desfaçatez na Internet.

São desconhecidos que anseiam por se promover à custa das críticas que tecem contra as árvores que produzem frutos sazonados, esquecidos de que eles, na condição de figueiras estéreis, haverão de secar até às raízes.

Precisam os espíritas sinceros acautelar-se, porque, segundo o Cristo, os falsos profetas fariam maravilhas tais que, se fosse possível, até os escolhidos seriam enganados…

Os escolhidos não para desfrutar das benesses do Céu, mas para o testemunho da Verdade na Terra – o que custa suor e lágrimas, e não luzes de holofotes e aplausos de plateias seduzidas.

Tomemos, pois, bastante cuidado com esses que se intitulando “espíritas”, surgem na Internet atirando para todos os lados, com o propósito de alvejarem o Coração da Doutrina: JESUS CRISTO!…

Os ataques acirrados não irão parar…

Esses lobos em pele de ovelhas se infiltram nas Casas Espíritas e as deixam em ruínas…

Adentram o Movimento Espírita e lutam na disputa de cargos, e jamais de encargos…

São os aventureiros da fé!…

“Reveladores” de supostas vidas pretéritas dos outros para dominá-los afetivamente e, por vezes, mesmo os seus bolsos…

Nos dias que estão a correr, o Espiritismo, na Terra, se encontra no tempo da chamada “entressafra” – MORAL!

Depois da desencarnação de Chico Xavier, em 2002, muitos estão colocando as “mangas de fora”…

ESPIRITISMO É JESUS, KARDEC E CHICO XAVIER.

Meus irmãos e irmãs, não consintam que a malandragem que vem imperando na gleba espírita-cristã os envolva e engane.

Inclusive, muita gente, centenas, vem usando o nome de Chico Xavier indevidamente.
Nem no tempo da Inquisição, o Espiritismo atravessou uma fase tão difícil quanto essa, porque, conforme se constata, os ataques não estão mais acontecendo de fora para dentro, mas, sim, de dentro… para dentro.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 18 de Agosto de 2024.

Fonte: Blog do Dr Inácio Ferreira

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